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Combinação de imagens de satélite mostra a planta da usina nuclear de Fukushima antes e depois do terremoto | Reuters
Combinação de imagens de satélite mostra a planta da usina nuclear de Fukushima antes e depois do terremoto| Foto: Reuters

Para físicos, riscos são baixos

Caso as tentativas de resfriamento do reator nuclear continuem a falhar o risco de derretimento do núcleo de urânio existe, mas não causaria nenhum tipo mais grave de explosão. É o que afirmam especialistas em energia nuclear.

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Temor

Europeus paralisam projetos

Londres - O alerta disparado pelo acidente nuclear no Japão irá paralisar e adiar novos projetos de energia nuclear na Europa. As primeiras reações surgiram imediatamente em países como Alemanha e Suíça, que decidiram rever seus planos no setor. Os projetos nucleares já estavam imersos em controvérsias e sob forte pressão dos ambientalistas e da população.

A ministra de Energia da Suíça, Doris Leuthard, suspendeu o processo de aprovação de três estações nucleares. Ela quer uma avaliação sobre as causas do acidente no Japão para eventualmente elaborar normas mais rígidas no setor.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel, decidiu interromper, por três meses, os planos para aumentar o prazo de vida de 17 usinas no país, aprovados no ano passado. O objetivo é fazer um novo estudo para rever a segurança das unidades.

Agência Estado

  • Entenda no infográfico as explosões nucleares na usina de Fukushima

Tóquio - Explosões no teto do reator número 3 da usina de Fukushima 1, no Japão, interromperam o bombeamento de água para outro reator, o 2, expondo varetas de combustível e elevando os riscos de que elas derretam por superaquecimento – maior temor das autoridades do país.

Mais tarde, depois que o nível de água foi restaurado, houve nova explosão – agora no reator 2, onde isso ainda não havia ocorrido.

A água é bombeada do mar desde que o tremor danificou o sistema de resfriamento.

O nordeste japonês, onde fica a usina, é a região mais devastada pela combinação de terremoto e tsunami que atingiu o país na sexta-feira.

No fim da noite, o nível dela no reator 2 foi restaurado, mas varetas continuavam parcialmente expostas. O chefe de gabinete do governo japonês, Yukio Edano, disse ser "altamente provável’’ a degradação das varetas nos três reatores da usina.

O próprio governo, porém, afirma que não há evidência de exposição grave à radiação.

A área de risco, da qual 210 mil pessoas foram retiradas, continua sendo o raio de 20 km em torno da unidade.

Segundo André-Claude La­­coste, da agência nuclear francesa, o nível de gravidade no caso de Fukushima é de no mínimo 5. No acidente de Chernobyl (1986, na Ucrânia, com 50 mortos), o nível era 7, o mais alto da escala.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, avalia que o risco à saúde pública no país é, até agora, mínimo. Ontem, a comissão de energia atômica dos EUA disse ter recebido do Japão pedido oficial de auxílio para controlar a situação nas usinas.

Usadas como combustível, as varetas contêm urânio e outros elementos. "Expostas’’ significa sem refrigeração (devido à redução do nível de água) dentro do reator, não que estejam ao ar livre. O reator é envolvido por uma parede de contenção de concreto e aço, com 15 cm – que, segundo as autoridades, permanece intacta.

"Perdendo a refrigeração, pode acontecer degradação de algumas das varetas. Isso provoca a liberação de material radioativo’’, afirma Laercio Vinhas, da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

No caso extremo, as varetas podem se fundir, o que é chamado de derretimento – segundo Vinhas, esse é o pior acidente possível, com alto risco de contaminação.

Ainda assim, o derretimento não significaria necessariamente grande liberação de material ra­­dioativo, diz ele: "Tudo vai depender das condições da contenção’’.

Pedido de ajuda

O Japão pediu formalmente on­­tem aos Estados Unidos ajuda pa­­ra resfriar os reatores nucleares do complexo de Fukushima Daiichi.

"Estamos estudando a resposta que daremos a este pedido e que compreende o aconselhamento técnico", disse em nota a Comissão Reguladora Nuclear americana (NRC, na sigla em inglês).

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