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Enquanto países discutem futuro da Síria, bombardeios e confrontos continuam | Shaam News Network/Reuters
Enquanto países discutem futuro da Síria, bombardeios e confrontos continuam| Foto: Shaam News Network/Reuters

Saia-justa

Exército da Turquia envia seis jatos para fronteira com a Síria

Agência Estado

O exército turco anunciou o envio de seis jatos de guerra para a fronteira com a Síria depois de helicópteros do país vizinho terem se aproximado da região, o que elevou a tensão surgida há um mês, depois da derrubada de um avião turco por forças sírias. Os jatos saíram da base aérea de Incirlik, no sudeste da Turquia, depois de helicópteros sírios sobrevoarem a fronteira do país com uma proximidade maior do que a normal, anunciou o exército. Outros dois jatos saíram da base de Batman após um helicóptero aproximar-se da fronteira próxima à província de Mardin.

As grandes potências mundiais chegaram a um acordo na reunião de Genebra sobre os princípios de uma transição na Síria, no sábado, mas a imprensa oficial e a oposição sírias concordaram ontem em chamar o encontro de "fracasso" ou insuficiente, apesar de "alguns elementos positivos". O acordo de sábado prevê a formação de um governo de transição no país em que o regime de Assad e opositores se enfrentam desde março do ano passado, que "poderá incluir membros do atual governo e da oposição e de outros grupos, e deve ser formado com base em um consentimento mútuo", explicou o emissário internacional Kofi Annan, idealizador da reunião. Annan afirmou que o futuro do presidente Bashar al-Assad será um assunto das "partes sírias".

Para tentar corrigir a situação, o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse ontem que o plano prevê a saída do ditador Bashar al Assad – apesar de isso não constar do texto.

A declaração foi feita após o chanceler ser perguntado sobre a recusa de Rússia e China de apoiarem um documento que defendesse a destituição de Assad.

"Mesmo que eles digam o contrário, o fato de que o texto especifica um governo de transição com todos os poderes significa que não será Bashar al Assad", disse, em entrevista à emissora francesa TF1. "A oposição nunca vai concordar com ele, então isso sinaliza implicitamente que Assad deve sair."

Críticas

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe expressou dúvidas de que os sírios escolham para governá-los dirigentes "que têm sangue nas mãos". A imprensa síria criticou o acordo. "Nenhuma solução será possível se não estiver baseada no que deseja o povo sírio, fonte de legalidade. Os sírios são capazes de iniciar um diálogo nacional no qual não cabem nem os países vizinhos, nem os países mais afastados, em particular os que estimulam os sírios a se matar", afirma o jornal do partido governista, Al Baas.

O jornal Al Watan, ligado ao regime, celebrou o fato de o comunicado final da reunião de Genebra não mencionar um cenário de fim de crise parecido com o do Iêmen (saída negociada do presidente) ou o da Líbia (intervenção estrangeira para derrubar o regime). Em sua página no Facebook, Burhan Ghalioun, ex-chefe do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão opositora, classificou o acordo de "farsa". Ele ironizou o fato de os sírios terem que negociar com "seu carrasco, que não parou de matar, torturar (...) ou estuprar as mulheres" desde o início da revolta, em março de 2011.

Em um comunicado, o CNS indicou que "o povo sírio espera que a comunidade internacional adote medidas mais sérias e eficazes contra este regime" de "comportamento sanguinário", ressaltando que o acordo não prevê "um mecanismo claro, nem um calendário". "Nenhuma iniciativa será aceita pelo povo sírio sem que ela apele claramente para a saída de Bashar al-Assad e dos tiranos que estão a sua volta", acrescentou.

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