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Eladio Loizaga, do Paraguai, e  Rodolfo Nin Novo, do Uruguai, em reunião do Mercosul | MIGUEL ROJO/AFP
Eladio Loizaga, do Paraguai, e Rodolfo Nin Novo, do Uruguai, em reunião do Mercosul| Foto: MIGUEL ROJO/AFP

Representantes do Mercosul reunidos nesta segunda-feira (11) em Montevidéu não conseguiram superar divergências e adiaram a decisão sobre a polêmica transmissão da presidência rotativa do bloco à Venezuela.

“Cada um dos países mantém sua posição. Portanto, nos demos um prazo até a próxima quinta para que se façam as consultas necessárias entre todos os países”, disse o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, cujo país deveria encerrar nesta terça-feira (12) seu período de seis meses à frente do Mercosul.

O Uruguai defende manter o cronograma feito com base na rotatividade por ordem alfabética, pelo qual a Venezuela deveria assumir a presidência do bloco. O Paraguai é contra.

O Brasil, que enviou a Montevidéu um subsecretário-geral no lugar do chanceler José Serra, defende postergar a decisão até agosto. A Argentina, também representada em nível de vice-ministro, diz querer assumir a gestão do bloco no lugar da Venezuela.

O anúncio de Nin Novoa, apresentado em declaração conjunta, desmente declaração feita horas antes pela chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, de que a Venezuela receberia a presidência rotativa do bloco nos próximos dias.

Rodríguez esteve em Montevidéu, mas não participou das discussões. Ela disse que os representantes do Brasil e do Paraguai se esconderam no banheiro da Chancelaria uruguaia para não encontrá-la.

Rodríguez acusou Brasília, Assunção e Buenos Aires de “violar estatutos” do Mercosul.

O encontro extraordinário de chanceleres do bloco havia sido convocado pelo Paraguai, que pretende barrar a presidência venezuelana sob a justificativa de que o governo chavista viola direitos humanos e persegue a oposição.

Críticos dizem que o Paraguai busca retaliar sua suspensão do bloco, em 2012. A exclusão de Assunção, que durou um ano, eliminou a única resistência à adesão da Venezuela ao Mercosul, ocorrida no mesmo ano.

Ao contrário do argumento paraguaio, político, o Brasil usa justificativa jurídica contra Caracas. Serra afirma que a Venezuela poderá assumir a presidência desde que cumpra o prazo, até agosto, estipulado em 2012 para se adequar às regras tarifárias, comerciais e legais de adesão ao Mercosul.

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