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74 países participam da reunião dos Amigos da Síria em Istambul, na Turquia | AFP PHOTO / BULENT KILIC
74 países participam da reunião dos Amigos da Síria em Istambul, na Turquia| Foto: AFP PHOTO / BULENT KILIC

Os 74 países que participam da reunião dos Amigos da Síria em Istambul, na Turquia, reconheceram o CNS (Conselho Nacional Sírio) como seu "principal interlocutor", e pediram a todos os opositores para que se unam a essa coalizão, anunciou o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.

"Os Amigos da Síria reconhecem o CNS como representante de todos os sírios, como interlocutor principal para as negociações na Síria", disse o ministro em entrevista coletiva ao fim da conferência.

Representantes reunidos também pediram que o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, determine um cronograma dos próximos passos para persuadir o ditador sírio, Bashar al Assad, a encerrar o conflito na Síria. Os países defenderam ainda o retorno da questão ao Conselho de Segurança da ONU, se a matança no país continuar.

O documento da reunião do grupo Amigos da Síria também afirma que a "janela de oportunidade" para Assad cumprir seus compromissos "não ficará aberta indefinidamente".

O Conselho de Segurança da ONU receberá na segunda-feira (2) um informe sobre a mediação do conflito, apresentado em portas fechadas. Na última quinta-feira, Assad afirmou que aceitou o plano proposto por Annan, mas fez algumas observações.

"Para que triunfe a missão de Annan, precisamos terminar com as fontes do terrorismo dirigido contra a Síria pelos países que anunciaram financiamento ou armamento aos grupos terroristas".O ditador ainda pediu que a oposição, a quem chama de "terroristas", e a comunidade internacional se engajem no compromisso proposto por Annan.

Secretária de Estado americana, Hillary Clinton, discursa durante o encontro Amigos da Síria. Foto: Reuters/Murad Sezer

EUA

Durante a reunião, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fez um apelo para que o governo de Assad suspenda as operações contra civis no país, alertando que Damasco sofrerá retaliações caso os ataques sejam mantidos.

"Nossa mensagem deve ser clara para aqueles que ordenam [os ataques], e para aqueles que os realizam: parem de matar seus cidadãos, ou sofrerão sérias consequências", disse"Os sírios não se esquecerão, a comunidade internacional não se esquecerá", disse ainda Hillary.

Segundo ela, os Estados Unidos fornecem equipamentos de comunicação para a oposição síria. "Estamos discutindo com nossos parceiros internacionais a melhor maneira de expandir a ajuda", afirmou.A administração de Obama pressiona Assad a aceitar um plano de paz proposto pelo enviado especial da ONU, Kofi Annan, mas mostra resistência a armas os rebeldes ou a intervir militarmente na Síria.

"Quase uma semana se passou [após a apresentação do plano], e concluímos que o regime [de Assad] está adicionando mais uma promessa não-cumprida à sua lista", disse Hillary sobre a demora de Assad em implementar a proposta de Annan, embora ele tenha dito que a aceitava.

Cúpula

A segunda cúpula do grupo Amigos da Síria, composto por 70 países e que pretende dar uma solução ao conflito no país. Em 24 de fevereiro, a primeira cúpula do grupo não avançou nas discussões sobre o conflito. A finalidade do encontro é "pôr fim à violência na Síria, conseguir a retirada de todas as forças armadas e militares das cidades e povoados do país, superar a crise humanitária e estabelecer um corredor de ajuda para os mais necessitados", afirmou em comunicado o Ministério de Relações Exteriores da Turquia.

Entre as ausências mais importantes da reunião está Annan, que se desculpou para o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, alegando que apresentará hoje mesmo um relatório sobre a Síria na sede das Nações Unidas, em Nova York.

Também não participa do encontro a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, que não estará no evento devido a "problemas de agenda".Segundo o jornal local "Zaman", a ausência está relacionada com a negativa de Ancara de convidar o Chipre, país membro da UE, mas que não mantém relações com a Turquia.

Também não participam da reunião outros dois países importantes na resolução do conflito sírio, a Rússia e a China, enquanto o Irã, um dos maiores defensores do regime de Assad, não foi convidado.

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