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Países rejeitam fundo antifome

Manifestação por acordo contra a fome, em frente ao prédio da FAO, em Roma | Giampiero Sposito/Reuters
Manifestação por acordo contra a fome, em frente ao prédio da FAO, em Roma (Foto: Giampiero Sposito/Reuters)
Veja o mapa mundial da fome |

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Veja o mapa mundial da fome

Roma - Os governos rejeitaram ontem a proposta da Organização das Na­­ções Unidas (ONU) para que comprometam US$ 44 bilhões a mais por ano para erradicar a fome no mundo. O dinheiro se­­ria destinado para desenvolver a agricultura nos países mais po­­bres e sub­­de­­senvolvidos. A ONU também es­­perava que os países adotassem o ano de 2025 como data fi­­nal para erradicar a fome, mas a declaração final do encontro da Orga­­nização das Nações Unidas para a Agricultura e a Ali­­menta­­ção (FAO), aprovada por unanimidade, manteve o foco num com­­pro­­misso firmado há nove anos para reduzir à metade o nú­­mero de famintos no planeta até 2015.

A FAO diz na declaração final que a melhor maneira para de­­belar a fome é ajudar os necessitados a se ajudarem e a declaração final abraçou essa estratégia. Essa abordagem "está no centro da estratégia de segurança alimentar", disse o secretário-geral da ONU, Ban ki-moon. "Nosso tra­­balho não é apenas alimentar os famintos, mas ajudar os fa­­mintos para que consigam alimentar a si próprios".

Na abertura da conferência da FAO, Ban disse aos participantes que era "inaceitável" que o mundo tenha alimentos suficientes enquanto mais de 1 bi­­lhão de pessoas, uma a cada seis no planeta, passem fome.

O diretor-geral da FAO, Jac­­ques Diouf, lamentou que a de­­claração final da Cúpula da ONU sobre Segurança Alimentar te­­nha acabado sem alvos concretos. Mas Diouf disse, em declarações à agência de notícias Ansa da Itália, que não se sente decepcionado com o encontro. "Se não houvesse um acordo, seria um cla­­ro fracasso. Lamento apenas que não existam datas precisas para as metas. Mas devo aceitar os fatos, eu não negociei, quem negociou não foi capaz de negociar um prazo" para erradicar a fome no mundo, afirmou.

Nos últimos dias, Diouf afirmou que seriam necessários US$ 44 bilhões a mais por ano para erradicar a fome até 2015. A de­­claração final manteve a data de 2015 para reduzir pela metade o número de famintos, mas não in­­cluiu os recursos extraordinários para a tarefa. O número de pessoas famintas, segundo estimativas da ONU, cresceu de 850 milhões para mais de 1 bilhão de pessoas entre 2008 e 2009, como efeito da crise econômica mundial. Em 1996, quando foi adotada a meta de reduzir pela metade o número de famintos até 2015, cerca de 400 milhões de pessoas passavam fome no mundo.

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