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Dezenas de nações começaram a firmar nesta quarta-feira (3), em Oslo, na Noruega, um tratado para proibir o uso das chamadas bombas de cacho. A intenção dos partidários do projeto é pressionar Estados Unidos, Rússia e China, entre outros não signatários, a abandonar esse tipo de arma, culpada por mutilar e matar milhares civis. O tratado deve ser ratificado por pelo menos 30 países para começar a valer.

A Noruega, país que começou a mobilização para banir as bombas de cacho há um ano e meio, foi a primeira a firmar o texto. Em seguida ratificaram o acordo Laos e o Líbano, nações bastante atingidas por esse tipo de armamento. O ministro de Relações Exteriores norueguês, Jonas Gahr Stoere, disse esperar que cerca de 100 dos 192 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) firmem o tratado até o fim da conferência sobre o tema, nesta quinta. Segundo ele, há 125 países representados no encontro, mas nem todos aceitarão o acordo.

As bombas de cacho contêm em seu interior uma série de explosivos menores, que se espalham por grandes áreas. Vários desses dispositivos não explodem e podem ficar anos inativos, quando vitimam muitas vezes crianças, atraídas por suas cores chamativas e pelo seu pequeno tamanho. "Banir as bombas de cacho já demorou muito tempo", afirmou o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg. "Muitas pessoas perderam braços e pernas.

Os EUA, a Rússia e outros países argumentam que as bombas de cacho podem ser usadas para alguns fins legítimos, como impedir o avanço de tropas. Porém, segundo o grupo Handicap International, 98% das vítimas das bombas de cacho são civis, e 28% delas, crianças. "O tratado sobre bombas de cacho salvará incontáveis vidas, ao condenar uma arma que mata civis mesmo após o fim dos combates", disse Steve Goose, diretor de armas do Human Rights Watch. "O presidente eleito (dos EUA) Barack Obama deve fazer o tratado da proibição das bombas de cacho uma de suas prioridades.

Israel

Em Jerusalém, um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel afirmou que o governo decidiu não assinar o texto. O porta-voz Yigal Palmor disse que Israel não acredita que o tratado "possa levar a qualquer resultado sério e digno de crédito". A campanha contra essas armas ganhou força após a guerra de um mês entre Israel e o Hezbollah, em 2006, quando foram lançadas perto de 4 mil bombas de cacho pelo território libanês, segundo a ONU.

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