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Os palestinos pediram nesta segunda-feira o apoio da União Europeia (UE) para que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça um Estado da Palestina independente mesmo sem o consentimento de Israel.

A ideia de buscar a intervenção da ONU tem ganho força no mundo árabe, à medida que permanece o impasse no processo de paz. Os palestinos querem formar um Estado na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, territórios capturados por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967.

"Nós buscaremos o apoio de todos os membros da comunidade internacional", disse Saeb Erekat, um conselheiro graduado do presidente palestino Mahmoud Abbas, aos repórteres em Ramallah. Além da UE, os palestinos também buscarão apoio dos Estados Unidos, disse Erekat.

Na Faixa de Gaza, o porta-voz do grupo islâmico Hamas, Fawzi Barhoum, disse que a decisão de Abbas de buscar apoio da UE e da ONU é um sinal de desespero. "Está claro que essa é uma reação da Autoridade Palestina após ficar sem alternativas depois de duas décadas de negociações", ele disse.

O plano parece ser muito simbólico, dado que os EUA, principal aliado de Israel, deverão vetar o projeto na ONU. O projeto também não resolveria a questão dos 500.000 israelenses que vivem em assentamentos na Cisjordânia e bairros de Jerusalém Oriental.

A ação, de qualquer maneira, reflete a crescente frustração dos palestinos com o impasse no processo de paz. Os funcionários palestinos dizem esperar que o apoio internacional force Israel a reconhecer as futuras fronteiras palestinas baseadas nas linhas anteriores a 1967.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou anular acordos anteriores com os palestinos se eles tomarem qualquer ação unilateral. Vários membros do gabinete israelense ameaçaram nesta segunda-feira anexar os blocos de assentamentos judaicos na Cisjordânia se os palestinos tomarem qualquer medida unilateral.

"Qualquer movimento unilateral será contrastado por outro movimento unilateral do nosso lado", disse o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman. "Nós não podemos fazer política ou negociar unilateralmente; isso vai contra todos os acordos prévios e é assim que trataremos isso", disse Lieberman.

O ministro do Meio Ambiente de Israel, Gilad Erdan, integrante do Partido Likud de Netanyahu, disse que Israel deverá considerar a anexação dos blocos de assentamentos na Cisjordânia se os palestinos forem em frente.

Israel retirou-se da Faixa de Gaza em 2005, mas anexou Jerusalém Oriental e mantém uma forte ocupação militar na Cisjordânia. O movimento Hamas tomou a Faixa de Gaza dos partidários de Abbas em 2007, complicando a habilidade do presidente palestino em negociar.

A proposta palestina tem apoio da Liga Árabe e parece ser um apelo indireto à comunidade internacional. Os chanceleres europeus irão discutir a proposta palestina na terça-feira, disse Petra Dachtler, conselheira do enviado especial da UE para o Oriente Médio, Marc Otte. Segundo ela, como a ideia é recente, a UE ainda precisa formar uma opinião.

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