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Manifestantes exibem bandeiras palestinas em protesto contra Israel durante jogo da Liga Europa, em Istambul, na Turquia | Osman Orsal/Reuters
Manifestantes exibem bandeiras palestinas em protesto contra Israel durante jogo da Liga Europa, em Istambul, na Turquia| Foto: Osman Orsal/Reuters

Economia

FMI e Nações Unidas apontam dificuldades na criação do Estado

A escassez de ajuda financeira internacional, as restrições comerciais impostas por Israel e a atual paralisia diplomática ameaçam os esforços palestinos para a criação de uma economia viável e de instituições sólidas. As observações estão em relatórios da ONU e do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgados ontem.

Os dois textos afirmam que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) cumpriu seu objetivo de preparar os órgãos necessários para a administração de um país, mas ressaltam que há pela frente ameaças econômicas e políticas que podem reverter os avanços dos últimos dois anos.

A ANP, que exerce uma autoridade limitada sobre partes da Cisjordânia, confia na ajuda internacional para cobrir um déficit que deve alcançar US$ 900 milhões neste ano.

O FMI, no entanto, disse que a economia palestina já está sofrendo com uma forte redução nas doações. Nos primeiros oito meses do ano, essas verbas totalizaram US$ 400 milhões, ou US$ 300 milhões a menos do que o previsto.

"A recente escassez na ajuda está constituindo sérios riscos à capacidade de construção de um Estado por parte da ANP, especialmente diante da sua ainda elevada dependência em relação à ajuda", relata o documento do FMI.

O FMI diz ainda que as perspectivas econômicas para os palestinos são sombrias.

Em desafio direto aos Estados Unidos, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) confirmou ontem que pedirá ao Conselho de Se­­gu­­rança na próxima semana que seja aceita como membro pleno da Organização das Nações Uni­­das (ONU), mesmo que Washing­­ton tenha prometido vetar a me­­dida. O pedido será entregue no dia 23 de setembro.

A decisão da ANP foi feita no momento em que uma equipe diplomática americana está na região e tenta evitar um possível constrangimento para os EUA, ao mesmo tempo que tenta criar condições para o relançamento das negociações de paz entre Israel e os palestinos.

Ao pressionarem pela medida, os palestinos se arriscam a colocar o presidente dos EUA, Barack Obama, na desconfortável posição de ter de vetar uma medida que é apoiada pela vasta maioria da comunidade internacional.

Confronto

O ministro das Relações Exte­­rio­­res da ANP, Riad Malki, disse que os palestinos não buscam o confronto. Mas afirmou que a posição norte-americana deixa Wa­­shington em uma "posição de con­­fronto" com o resto do mundo. Ele sugeriu que a credibilidade dos Estados Unidos poderá fi­­car em jogo. "Eu não sei o que isso significaria (um possível veto) para a posição dos EUA na ONU e mesmo entre os países ao redor do mundo", ele disse.

Apesar das declarações mais de Malki, ainda há dúvidas sobre a ação dos palestinos. Em Nova York, o embaixador palestino na ONU, Riad Mansour, disse que uma de­­cisão final ainda não foi tomada. "A decisão final sobre qual caminho seguiremos será tomada nos próximos dias", disse Mansour.

Enviados dos Estados Unidos, da União Europeia, da Rússia e da ONU estavam reunidos ontem com lideranças palestinas e israelenses, em um esforço para retomar as negociações diretas de paz, paralisadas há um ano.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que irá falar às Nações Unidas na próxima semana, para apresentar as objeções de seu país à campanha dos palestinos para ocupar uma vaga na ONU.

Netanyahu afirmou que Israel quer a paz e tenta negociar há dois anos e meio. As negociações fo­­ram paralisadas quando Israel retomou as construções de colonos israelenses na Cisjordânia.

Resistência

Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, enfatizou o ponto de vista dos Estados Unidos, o de que a negociação com Israel é o único caminho viá­­vel para os palestinos conquistarem o seu Estado.

"Os palestinos não podem e não devem obter o direito a um Estado por meio de uma declaração das Nações Unidas.

Isso é fugir da questão original e é contraproducente", disse Carney.

"A única maneira de re­­solver o problema é através das negociações diretas", disse.

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