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Os palestinos demonstraram indiferença nesta terça-feira enquanto os israelenses votavam em uma eleição que deve resultar em um governo linha dura mais propenso a expandir os assentamentos judaicos em terras ocupadas do que buscar a paz.

"Independentemente de quem vencer, o resultado é o mesmo: os israelenses querem esta terra, mas não as pessoas", disse Ahmed Amro, professor da Universidade Aberta Al-Quds, em Ramallah, capital da Cisjordânia.

"Os palestinos deveriam ter um plano para enfrentar a situação em que estamos, e não dar muita atenção a quem ganha", disse ele a respeito das quatro milhões de pessoas sob ocupação israelense ou bloqueio.

Israel ocupou a Cisjordânia desde a captura da região numa guerra em 1967, junto com Jerusalém Oriental, a Faixa de Gaza e as Colinas de Golã. Gaza tem permanecido sob restrições rígidas de movimento desde que soldados e colonos israelenses se retiraram em 2005.

Pesquisas de opinião preveem que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, será reeleito à frente de uma coalizão dominada por partidos religiosos radicais e partidos nacionalistas pró-colonos que dão pouca atenção para os esforços de paz apoiados pelos Estados Unidos.

"Esperamos que esta eleição leve à paz, ao reconhecimento do Estado palestino e aos direitos do povo palestino", disse o médico Hussein Ekelan, de Gaza.

"Mas todas as indicações dizem que Netanyahu vai ganhar, e este será um grande desastre", acrescentou ele.

PALESTINOS DIVIDIDOS

Negociações diretas de paz entre Israel e os palestinos fracassaram em 2010 por conta da construção de assentamentos na Cisjordânia, que os palestinos dizem negar-lhes um futuro Estado viável.

Os próprios palestinos têm tido dificuldades para eleger um governo nacional que represente uma frente unida contra as políticas de Israel e promova a sua busca de décadas pela independência.

Eleições parlamentares, em 2006, deram ao grupo islâmico Hamas uma vitória surpreendente, chocando Israel e os países ocidentais que o consideram uma organização terrorista, e levando a uma breve guerra civil com seus rivais Fatah na Faixa de Gaza no ano seguinte.

Entrincheirado em Gaza, o Hamas não permite eleições há seis anos e expulsou um comitê eleitoral destinado a pavimentar o caminho para novas eleições, como parte de um plano de unidade paralisado em 2012.

O Fatah realizou eleições locais na Cisjordânia, que o Hamas boicotou, levando a uma participação decepcionante.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, que também é líder do Fatah, já ficou três anos mais no cargo do que previa seu mandato quando foi eleito em 2005.

Enquanto os palestinos se unem em rejeitar as eleições de Israel, suas divisões políticas internas continuam profundas.

O Hamas rejeita o direito de Israel de existir e se opõe às negociações patrocinadas pelos EUA, defendendo a luta armada em seu lugar. Abbas colocou sua fé na diplomacia, mas nenhuma das duas estratégias colocou os palestinos mais perto de alcançar suas aspirações nacionais.

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