Palestinos se reúnem no Cairo para formalizar união

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O presidente palestino e chefe do Fatah, Mahmoud Abbas, e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, foram ao Cairo nesta quarta-feira para confirmar um acordo que encerrará quatro anos de divisão política, mas um obstáculo de última hora trouxe dúvidas sobre a durabilidade da aliança.

O acordo, mediado pelo Egito e criticado por Israel, determina a formação de um governo interino para administrar os territórios ocupados da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e a preparação para uma eleição dentro de um ano.

Os palestinos acreditam que essa reconciliação seja crucial para sua tentativa de criar um Estado independente nos territórios capturados por Israel na guerra de 1967.

Mas a cerimônia sofreu atrasos por conta de uma divergência sobre o protocolo pouco depois de começar, sobre se o líder do Hamas deveria sentar-se no pódio junto ao presidente palestino ou com os representantes palestinos no salão.

"Há uma disputa de protocolo sobre onde os líderes deveriam se sentar", disse uma fonte palestina, que não quis ser identificada.

"A divergência é sobre onde Meshaal irá sentar, se ele deveria sentar no pódio ou entre os líderes das facções".

Autoridades de todas as facções palestinas assinaram mais cedo o acordo que Meshaal e Abbas iriam ratificar na cerimônia. Não estava imediatamente claro por que eles não iriam colocar suas próprias assinaturas no documento.

"As assinaturas foram feitas, todos assinaram. Hoje é a oficialização da decisão", disse a autoridade do Fatah Nabil Shaath, pouco antes da cerimônia.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, criticou o acordo e suspendeu a transferência da arrecadação fiscal palestina à Autoridade Palestina, dizendo que o Fatah deve escolher entre Israel e o grupo islâmico Hamas que, segundo ele, é um inimigo da paz.

Os Estados Unidos reagiram com tranquilidade ao acordo de reconciliação. Um porta-voz do Departamento de Estado disse que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, conversou na segunda-feira com Netanyahu e o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, sobre o acordo.