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Papa Bento XVI durante cerimônia do lava-pés, em Roma: aborto é “assassinato de inocentes” | Christophe Simon/Reuters
Papa Bento XVI durante cerimônia do lava-pés, em Roma: aborto é “assassinato de inocentes”| Foto: Christophe Simon/Reuters

CNBB diz que Pontífice sofre campanha difamatória

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) saiu em defesa do Papa Bento XVI e divulgou notas na quarta-feira (da presidência da entidade) e ontem (do Celam, Conselho Episcopal Latino-Americano, presidido pelo arcebispo de Aparecida).

As entidades repudiam a suspeita de que o papa tenha sido conivente com abusos de padres a menores e criticaram a imprensa pela forma como trata o assunto. "Alguns meios de comunicação têm procurado atingir indiretamente o Santo Padre’’, diz o texto feito pelo Celam.

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O Papa Bento XVI afirmou on­­tem, em celebração crismal, que os cristãos não devem aceitar in­­justiças, como "o assassinato de crianças inocentes que ainda não nasceram", mas não citou os casos de pedofilia que assolam a Igreja Católica da Europa e EUA.

Na solenidade, que integra as celebrações da Páscoa e na qual são abençoados os óleos santos, o pontífice defendeu que os direitos devem ser respeitados, já que são "o fundamento da paz".

"Também hoje é importante os cristãos não aceitarem uma injustiça que é elevada a direito, por exemplo, quando ocorre o as­­sassinato de crianças inocentes que ainda não nasceram", exemplificou Bento XVI, referindo-se à legalização do aborto.

O pontífice não fez nenhuma menção às recentes denúncias de abusos sexuais contra sacerdotes em dioceses e escolas católicas de diversos países, como Alemanha, país natal do Pontífice, Irlanda, México, Itália, Estados Unidos, en­­tre outros.

O escândalo sobre os acobertamentos de abusos sexuais de cri­­anças por parte de padres foi revelado na Igreja Católica da Irlanda e atingiu o Vaticano com intensidade ainda maior que o escândalo semelhante que atingiu os Esta­­dos Unidos oito anos atrás.

Desta vez, o escândalo vem chegando perigosamente perto do próprio papa, na medida em que os grupos de vítimas disseram que querem saber como ele tratou desses casos antes de sua eleição a papa, em 2005.

Muitas alegações de acobertamentos de abusos sexuais envolvem Munique, na época em que o papa foi arcebispo da cidade, entre 1977 e 1981. Grupos de vítimas pedem ainda informações sobre as decisões tomadas pelo papa na época em que dirigiu o departamento doutrinal do Va­­ti­­cano, entre 1981 e 2005.

Os casos de pedofilia atingiram ainda a Holanda, onde a Igreja Católica recebeu 1.100 de­­núncias de pessoas que afirmam ter sofrido abusos sexuais por parte de membros do clero entre os anos 50, 60 e 70.

A nova condenação do Papa ao aborto coincide na Itália com a che­­gada aos hospitais do país dos primeiros lotes da pílula abortiva RU486, que teve a comercialização autorizada em dezembro após um longo debate no Parlamento.

O novo presidente da região de Piamonte, Roberto Cota, um político de direita eleito na segunda-feira, aumentou a polêmica ao afirmar que é a favor da defesa da vida e que a pílula deve ficar nos estoques, sem distribuição em sua região.

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