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O papa Bento 16 reabilitou no sábado um bispo que negava o holocausto, apesar dos alertas feitos por líderes judeus, que afirmaram que a reabilitação prejudicará as relações entre católicos e judeus, além de fomentar o anti-semitismo.

O Vaticano informou que o papa emitiu um decreto anulando a excomunhão de quatro bispos tradicionalistas, expulsos da Igreja Católica em 1988 por terem sido ordenados sem a permissão do Vaticano.

Os quatro bispos lideraram a Sociedade de São Pio X (SSPX), que conta com cerca de 600 mil membros e se opõe às modernizações do credo e da doutrina católica.

O Vaticano disse que anulou as excomunhões depois que os bispos afirmaram seu desejo de aceitar a doutrina da Igreja e a autoridade papal.

Ao dar fim a um cisma de 20 anos que prejudicou o catolicismo, o decreto pode causar uma das crises mais sérias nas relações entre católicos e judeus em 50 anos.

Um dos quatro bispos, Richard Williamson, de origem britânica, fez uma série de declarações nas quais nega o alcance total do holocausto, como afirma a maioria dos historiadores.

Retransmitidos na televisão sueca na quarta-feira, os comentários diziam que "não houve câmaras de gás e somente 300 mil judeus pereceram nos campos de concentração nazistas, em vez de seis milhões".

Antes da decisão de Roma, o chefe dos rabinos afirmou que a reabilitação abriria "uma ferida profunda".

Williamson declarou: "creio que as evidências históricas estejam principalmente contra o dado de que seis milhões de pessoas foram deliberadamente envenenadas nas câmaras de gás, como política deliberada de Adolf Hitler".

Quando perguntou-se ao Vaticano sobre os comentários de Williamson, o porta-voz chefe do Vaticano, padre Federico Lombard, disse que "são totalmente alheios" à anulação das excomunhões.

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