• Carregando...

O Papa Bento XVI e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, concordaram neste sábado com a importância do diálogo entre religiões e culturas para coibir o terrorismo.

Em seu primeiro encontro desde a eleição de Bento XVI no ano passada, Blair e o Papa conversaram a portas fechadas por cerca de 40 minutos no estúdio do Pontífice, segundo um porta-voz de Downing Street.

- O primeiro-ministro e o Papa falaram sobre os desafios da globalização e a importância do diálogo entre as religiões para combater o extremismo e o terrorismo - disse ele. - Um dos temas da conversa foi como as vozes moderadas das principais religiões do mundo têm de se levantar contra o extremismos religiosos em todas as suas formas - acrescentou.

Segundo o porta-voz, Blair, que é anglicano, "ressaltou que a Igreja Católica Romana é um parceiro muito importante no diálogo".

Um comunicado do Vaticano informou que ambos "ressaltaram a contribuição que os valores comuns às religiões podem dar ao diálogo, particularmente com muçulmanos moderados, nas áreas da solidariedade e da paz".

A mídia britânica havia divulgado, antes do encontro, que Blair deveria convidar o Papa para visitar a Grã-Bretanha. João Paulo II esteve no país em 1982.

Fontes do governo britânico afirmaram que já há um convite para o Papa Bento XVI ir à Grã-Bretanha, mas não quiseram especular sobre quando tal visita aconteceria.

O porta-voz britânico disse ainda que eles conversaram "um pouco" sobre a África e a China, onde o governo comunista não permite que a Igreja Católica local reconheça o Papa. Segundo o Vaticano, a pauta incluiu também a Irlanda do Norte.

Blair, que havia se encontrado na sexta-feira com o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, conversou depois com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Angelo Sodano.

Após a audiência privada, o Papa recebeu a mulher de Blair, Cherie, que é católica romana praticante. O casal Blair ainda visitou o túmulo do Papa João Paulo II, que morreu em 2 de abril de 2005.

A preocupação sobre o diálogo com o Islã é um tema comum que aproximado Bento XVI e Blair.

Em discursos recentes na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e na Austrália, Blair ressaltou o papel que as religiões, o diálogo entre elas e as alianças globais podem ter para fazer com que as culturas se entendam melhor no mundo pós-11 de setembro.

Importantes autoridades católicas também vêm falando com crescente franqueza sobre seus temores em relação ao Islã, que é a segunda maior religião de vários países europeus, graças à imigração, e sobre as reivindicações radicais para justificar atentados à bomba e outros tipos de violência.

Em sua busca por melhores relações com o mundo islâmico, a Igreja Católica Romana está se concentrando no papel que a cultura pode ter para melhorar a compreensão entre pessoas de religiões diferentes.

Em março, Bento XVI deu a seu ministro da Cultura, o cardeal Paul Poupard, a responsabilidade adicional de chefiar o departamento para o diálogo com as religiões não-cristãs.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]