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O Papa Bento XVI foi recebido com entusiasmo na sexta-feira ao visitar o templo mais sagrado da Polônia, onde fica a imagem da Madona Negra, padroeira do país, e onde o Papa João Paulo II encontrava conforto espiritual.

Bento XVI foi de helicóptero, desde Varsóvia, para Czestochowa, onde fica o santuário. Na recepção mais calorosa da viagem até agora, mais de 300 mil pessoas acenaram com faixas, bandeiras e rosários.

Os poloneses ainda sentem a morte do antecessor de Bento XVI, o Papa João Paulo II, que costumava rezar no templo quando era garoto e morava em Wadowice, perto dali, e continuou freqüentando o local depois de se tornar padre, bispo e cardeal.

Mesmo assim, a população local manifestou admiração pelo pontífice alemão, principalmente pelo fato de ele ter sido muito ligado a João Paulo II.

- Viemos aqui para mostrar que não importa se o Papa é polonês ou alemão. Aceitaríamos qualquer Papa: negro, chinês, qualquer um - disse Janusz Lukasik, 52 anos, que foi à igreja com a família. - João Paulo II nos ensinou que devemos tratar a todos da mesma forma. Bento XVI provou que somos especiais para ele, e somos gratos.

No templo, o Papa se ajoelhou diante do quadro da Madona Negra, que só é mostrado aos fiéis em ocasiões especiais.

Mais cedo, em Varsóvia, Bento XVI celebrou uma missa para mais de 300 mil pessoas, no mesmo local onde João Paulo II inspirou os compatriotas a combater o comunismo, há 27 anos. O alemão pediu aos poloneses que não deixem que a prosperidade moderna prejudique sua fé.

Bento XVI lembrou que foi ali, na praça Pilsudski, que João Paulo II proferiu um discurso que entraria para a história como o desencadeador de uma revolução silenciosa, em uma missa campal, em 1979.

Com o apoio de João Paulo II, nascia no ano seguinte o sindicato Solidariedade. Depois de uma década de tensões que incluíram dois anos de lei marcial, em 1989 a Polônia acabou com o comunismo, dando início a um efeito dominó que atingiria todo o bloco soviético.

Bento XVI, que sucedeu João Paulo II em abril de 2005, celebrou a missa diante de uma cruz de 25 metros de altura.

Ele lembrou o público da importância das cinco palavras acrescentadas por João Paulo II naquela missa, "mudar a face desta terra", e disse:

- Como podemos não estar gratos a Deus hoje por tudo o que foi conquistado em sua terra natal e no mundo inteiro durante o pontificado de João Paulo II? Diante de nossos olhos, houve mudanças nos sistemas político, econômico e social inteiros. Povos de vários países reconquistaram sua liberdade e sua dignidade - disse ele, em italiano e polonês.

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