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Em visita à Áustria, o Papa Bento XVI disse nesta sexta-feira que a Igreja Católica queria mostrar arrependimento pelo que aconteceu com o povo judeu durante o Holocausto, na Segunda Guerra Mundial, quando nazistas mataram cerca de 6 milhões de pessoas. O pontífice, que ficará três dias no país, prestou uma homenagem no monumento de Judenplatz, em Viena, em memória dos 65 mil austríacos mortos por nazistas. Nascido na Alemanha, o Papa disse antes que sua visita mostraria "nossa tristeza, nosso arrependimento, nossa amizade com nossos irmãos judeus".

As declarações do Papa -feitas a jornalistas, durante o vôo para a Áustria - foram vistas como um dos maiores esforços recentes de um pontífice para se aproximar dos judeus. Debaixo de chuva, ele encontrou-se no memorial com o rabino Paul Chaim Eisenberg e outros dos 7 mil judeus que ainda vivem em Viena. A cidade - encravada num país de maioria católica, que tem uma história turbulenta com a Igreja - já abrigou 185 mil judeus em 1938, pré-Segunda Guerra.

Para Abraham Foxman, diretor da organização judaica Liga Anti-Difamação, baseada nos EUA, as declarações do Papa foram bem recebidas:

- Arrependimento é uma palavra forte, significativa no vocabulário católico. Eu acho que isso ajudará a reparar algumas tensões dos últimos meses.

Com a voz rouca devido ao que o Vaticano diz ter sido uma dor de garganta, Bento XVI também agradeceu aos católicos. O número de fiéis na Áustria diminuiu sensivelmente depois de dois grandes escândalos sexuais, em 1995 e 2004, envolvendo o clero.

- Eu gostaria de dizer obrigado a todos que sofreram nesses últimos anos - disse o Papa. - Eu sei que a Igreja na Áustria passou por tempos difíceis, e por isso sou grato a todos.

No ano passado, Bento XVI esteve no lugar em que funcionou o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde perguntou "por que Deus permaneceu em silêncio quando milhões de pessoas, a maioria judeus, foram assinados aqui?". O mesmo Papa foi obrigado a servir à Juventude de Hitler durante a guerra, quando sua família se opunha ao regime do ditador.

Depois de chegar a Viena, Bento XVI foi recebido com honras militares pelo presidente da Ásutria, Heinz Fischer. O principal compromisso de sua viagem ao país é visitar, no sábado, o santuário de Mariazell, onde cerca de 33 mil peregrinos devem acompanhá-lo.

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