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O relatório dos oito cardeais nomeados há cinco meses pelo papa Francisco para ajudá-lo no governo da Igreja vai além da reforma da Cúria Romana, a administração do Vaticano. Ele deve abordar temas como o ecumenismo, o papel da mulher na Igreja e questões da vida cotidiana dos fiéis, em um cenário de mudança que se assemelha ao que antecedeu à reunião do Concílio Vaticano II.

O cardeal hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, coordenador do G-8, como está sendo chamada a comissão, informou ao bispo de Jales (SP), d. Demétrio Valentini, que chegaram a suas mãos mais de 500 páginas com sugestões enviadas por bispos, teólogos e leigos de todos os continentes.

Francisco se reunirá com o G-8 de terça a quinta-feira, para analisar as propostas. A reunião tem caráter consultivo, pois todas as decisões serão tomadas pelo papa. É apenas o início de um trabalho que se prolongará por alguns anos, à semelhança do que ocorreu na instalação do Concílio Vaticano II, quando o papa João XXIII pediu socorro ao episcopado e a consultores para a proposição de temas a serem discutidos. Lançada a ideia de uma reunião ecumênica, em 1959, era necessário organizar uma pauta para a renovação da Igreja. O Vaticano II durou três anos, de 1962 a 1965, após três anos de preparação. João XXIII morreu em junho de 1963, após a primeira sessão. Seu sucessor, Paulo VI, levou o projeto adiante.

Alguns dos principais temas do Vaticano II deverão ser retomados acrescentando-se várias inovações às questões que revolucionaram a Igreja, 50 anos atrás. Sobressaem o papel dos bispos na condução das dioceses, a colegialidade entre o episcopado mundial e o papa, o ecumenismo e o diálogo com outras religiões, a formação do clero, a valorização da participação da mulher na pastoral e na administração da Igreja, assim como uma nova visão em relação a itens cruciais na vida cotidiana. Propõe-se também que as conferências episcopais participem da eleição do papa.

"A reaproximação com os ortodoxos está mais que madura para se chegar à unidade dos cristãos", afirmou d. Demétrio, registrando os grandes passos dados nos últimos anos na discussão teológica que se estendeu também aos protestantes, especialmente aos luteranos e anglicanos. Em seus primeiros seis meses de pontificado, o papa incentivou também o diálogo com judeus e muçulmanos, em defesa de valores comuns às três religiões monoteístas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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