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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu ontem a revisão das relações de seu país com o Vaticano e observou que "o papa não é embaixador de Cristo na Terra". No mais recente de uma série de atritos entre Caracas e a Santa Sé, Chávez defendeu que seja revisto um acordo por meio do qual a Igreja Católica tem prioridade diante das demais igrejas que atuam na Venezuela. "Vamos estudar qual é o convênio com o Estado do Vaticano, que aqui dá à Igreja Católica um privilégio sobre outras igrejas. O fato é que este (a Venezuela) é um Estado secular", disse Chávez.

Os comentários do presidente venezuelano vêm à tona uma semana depois de bispos do país terem manifestado "preocupação" com o estabelecimento de um "Estado socialista com contornos cubanos". "Desçam de suas nuvens, trogloditas", declarou Chávez, ao acusar os bispos de tentarem assumir "um papel de Estado que não corresponde a eles". "Nós gostamos muito de Cuba. Mas Cuba é Cuba e Venezuela é Venezuela", disse o presidente, rejeitando a interpretação de que o processo político venezuelano seja similar ao cubano.

Chávez afirmou que os bispos estão aliados à oposição conservadora a seu governo e prometeu "arrasá-los" nas eleições legislativas de 26 de setembro. O presidente venezuelano afirmou que reconhece o papa Bento XVI como chefe de Estado, mas observou que o pontífice "não é nenhum embaixador de Cristo na Terra, como eles dizem". "Que coisa é essa? Embaixador de Cristo? Cristo não precisa de embaixador. Cristo está no povo e nos que lutam por justiça e pela libertação dos humildes."

Segundo o cardeal Jorge Urosa Savino, líder católico venezuelano o modelo socialista buscado por Chávez "atenta contra os direitos humanos, civis e políticos dos cidadãos". O religioso disse ainda que o governo se descuidou de suas tarefas primárias de proteger o povo da violência, melhorar a saúde e a infraestrutura do país.

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