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Bruxelas – Um dia após a divulgação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicando que o Irã ampliou seu programa nuclear, surgiram ontem novos indícios de avanços da república islâmica nesse sentido.

O primeiro partiu do próprio presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que em mais um discurso desafiador, disse que o país está próximo de atingir "o pico’’ em suas atividades nucleares. O segundo indício veio do diretor da AIEA, Mohamed ElBaradei, que corroborou a previsão de que o Irã tem condições de desenvolver armas nucleares em até três anos.

Em entrevista coletiva concedida em Bruxelas, ElBaradei disse concordar com a estimativa da inteligência americana de que, se seguir esse caminho, Teerã chegará a fabricar a bomba num prazo de três a oito anos. O diplomata egípcio disse que é hora de os EUA e os outros membros do Conselho de Segurança da ONU deixarem de lado a retórica e partirem para negociações substanciais.

Somente "um diálogo abrangente’’ poderá deter o avanço nuclear iraniano, disse El Baradei, autor do relatório da AIEA divulgado na quarta-feira. O documento afirma que o Irã expandiu o enriquecimento de urânio, apesar das sanções aplicadas pela ONU, e que o conhecimento da agência acerca dessas atividades está encolhendo, uma vez que as inspeções do órgão estão limitadas.

"Estamos caminhando em direção a um Irã que constrói capacidade e conhecimento (nucleares) sem a AIEA na posição de verificar a natureza e o escopo desse programa’’, disse ElBaradei, premiado com o Nobel da paz em 2005.

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