O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que a vitória do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) nas eleições para o Parlamento palestino poderá levar a democracia "a sua plenitude".
Lula acredita que, ao participar de uma "disputa democrática", os dirigentes do Hamas deveriam aceitar as regras que "orientam o comportamento mundial", como o reconhecimento do Estado de Israel.
- A eleição do Hamas vai fazer com que o exercício da democracia seja levado a sua plenitude. Há decisões da ONU que orientam o comportamento mundial e, na medida em que o Hamas tentou fazer a disputa democrática, disputando a eleição, vai ser extremamente importante praticar o exercício da democracia, respeitar regras, respeitar os organismos internacionais, respeitar decisões multilaterais e respeitar duas coisas que o mundo reconhece: nós reconhecemos a existência do Estado de Israel e reconhecemos a existência do Estado palestino. Portanto, são dois Estados que devem viver bem, como vive o Brasil bemcom todos os Estados do mundo - afirmou Lula.
A declaração foi feita pouco antes de o presidente participar de cerimônia em homenagem às vítimas do Holocausto, organizada pela Confederação Israelita do Brasil. Por decisão da ONU, o dia de ontem foi reconhecido como o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto.
Lula descartou a possibilidade de a eleição do Hamas - que conquistou 76 das 132 cadeiras do Parlamento, enquanto o Fatah, fação do presidente da Autoridade Nacional Palestina, ficou com 43 - levar a uma aumento da violência no Oriente Médio.
- Não acredito que alguém que resolva disputar as eleições, fazer parte de Parlamentos, fazer a disputa democrática, para depois não ser democrático. Acho que todos nós estaremos vigilantes para que o Estado de Israel seja respeitado, para que o Estado palestino seja respeitado e para que a gente encontre paz no Oriente Médio - afirmou Lula.
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