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La Paz – O presidente da Bolívia, Evo Morales, destacou ontem que a escolha de 255 constituintes e a realização de um referendo autônomo permitirão uma revolução "pacífica" em seu país e a nacionalização dos recursos naturais. Após emitir seu voto em uma escola da localidade Vila 14 de Setembro, no Chapare, seu reduto político, Chavéz declarou que a Assembléia Constituinte "vai começar não somente a libertar os povos, mas também todos os recursos naturais".

"Os recursos naturais, de um ponto de vista pessoal, sequer deveriam ser concedidos (a empresários privados), mas ser do Estado e do povo", disse Morales aos jornalistas.

Segundo o governante, que no dia 1.º de maio nacionalizou os hidrocarbonetos, os constituintes escolhidos hoje deverão implementar um novo "regime econômico" na Bolívia, baseado na gestão estatal dos recursos naturais.

"Tanta riqueza continua surgindo desta mãe terra, a Pachamama (terra, em aimará), e alguns dizem que a Bolívia é igual à Venezuela com muitas reservas", acrescentou Morales.

Segundo Morales, as duas votações de ontem, para as quais estavam convocados 3,7 milhões de bolivianos, permitirão uma "revolução democrática e pacífica" que evitará confrontos armados internos "como há em países vizinhos como o Peru e a Colômbia".

O governante aimará, que chegou à Presidência com 54% dos votos em dezembro passado, prometeu "voltar a fundar Bolívia" na Assembléia Constituinte.

"Os interesses mesquinhos de grupos devem acabar. Do contrário, a Bolívia não terá mudado", disse Morales.

Oposição

Enquanto Morales festeja o plebiscito, a oposição garante que o governo boliviano "usou e abusou" dos recursos do Estado de maneira "grotesca e descarada" para fazer campanha eleitoral a seu favor, denunciou o líder opositor da direita e ex-presidente Jorge Quiroga (2001–2002).

Líder do partido Poder Democrático e Social (Podemos), Quiroga afirmou que a televisão estatal boliviana, num fato sem precedentes, foi posta à disposição do presidente venezuelano Hugo Chávez, um firme aliado do governo do presidente esquerdista Evo Morales. Durante a campanha eleitoral "Chávez obteve um espaço de 15 horas no canal 7 (estatal) e nós nem um minuto", queixou-se Quiroga depois de votar na região oriental de Santa Cruz. Destacou que ante o abuso, apresentou queixa formal aos observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos e da União Européia. Quiroga admitiu que está havendo uma espécie de apatia de seus compatriotas.

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