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Relatórios dizem que Thomas Gilbert Jr matou o pai após discussão sobre sua mesada |
Relatórios dizem que Thomas Gilbert Jr matou o pai após discussão sobre sua mesada| Foto:

Quando Thomas Gilbert Jr. foi preso no início de janeiro e acusado de matar seu rico pai, o falatório começou quase que imediatamente.Reportagens de tabloides sugeriram que houve um desentendimento sobre a mesada do jovem de 30 anos antes de ele aparentemente balear o pai na cabeça. No Twitter, muitos o estão chamando de "filho do fundo de investimento" e "o pirralho mais mimado".

Mas os pais estavam tendo uma conversa mais profunda. Como é que um rapaz de 30 anos, formado pela prestigiosa Universidade de Princeton em Nova Jersey, ainda recebia dinheiro de seus pais? O que deu errado da forma com que seus pais o criaram? Pode ter havido algo prejudicial no ambiente em que a mãe e o pai que trabalhava com fundos multimercados o criaram?

Nos últimos 15 anos, os acadêmicos passaram uma quantidade cada vez maior de tempo estudando doenças dos ricos. Há um consenso de que essas crianças muitas vezes têm taxas mais altas de depressão e ansiedade e níveis elevados de abuso de substâncias e alguns comportamentos delinquentes.

Surpreendentemente, foi o estudo sobre a pobreza que levou uma psicóloga, Suniya Luthar, agora professora na Universidade Estadual do Arizona, a alguns dos primeiros resultados nesta área. Esperando encontrar mais tendências preocupantes entre as crianças de famílias de baixa renda, ela usou dados de um grupo mais abastado como comparação. O que descobriu em 1999 e daí em diante, no entanto, foi uma surpresa. Usando dados que incluíam famílias com renda de cerca de US$150 mil, ela descobriu que adolescentes de famílias de renda mais elevada tinham taxas maiores de abuso de substância do que os de baixa renda. Isso faz certo sentido, já que eles podem pagar pelas drogas.

Mas a juventude mais rica também roubou seus pais mais frequentemente do que os jovens com menos dinheiro e tinha uma maior tendência a experimentar níveis significativos de depressão, ansiedade e doenças físicas. Esses comportamentos começam a surgir já aos 13 anos.

Os resultados podem ser atribuídos aos pais? As crianças ficam sozinhas depois da escola? Talvez o número de horas que os pais precisam trabalhar para garantir um bom salário e manter a boa vida da classe média alta seja o problema. Ou poderia ser a pressão dos pais para que os filhos alcancem níveis de sucesso semelhante aos seus. Suniya disse ter percebido como é difícil não pressionar as crianças.

Mas, será que também há algo nas comunidades abastadas que contribui para os problemas? Em 2012, Terese J. Lund e Eric Dearing publicaram um estudo que mostrou que as crianças de classe média vivendo em bairros de classe média tinham menos depressão e ansiedade e menos incidências de delinquência do que crianças de classe média vivendo em bairros mais ricos. Dearing concorda que as pessoas em comunidades ricas estavam mais sintonizadas aos problemas de saúde mental e, portanto, mais propensos a relatá-los aos pesquisadores. Mesmo assim, ele disse, isso não quer dizer que estavam exagerando sua dor, apenas mostra que os profissionais de saúde também deveriam ajudar as pessoas de baixa renda a reconhecer e tratar os sintomas de depressão e ansiedade.

Nesse campo relativamente novo, ainda há muito coisa que os estudiosos não sabem. Não há um grande histórico de dados, e a maioria dos sujeitos nos estudos era branca. E não está totalmente claro qual seria a melhor forma de ajudar pais ricos a lidarem com os problemas. Mas Suniya menciona o que tem quase certeza que os pais devem evitar: "Nossa pesquisa encontrou algo consistente relacionado a todo tipo de problema: o excesso de crítica dos pais. Esse é um dos mais poderosos fatores de risco."

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