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O pára-quedista britânico Michel Holmes, que sobreviveu a uma queda de mais de 3,5 mil metros, foi salvo pelo pára-quedas reserva. Essa é a avaliação de dois especialistas no esporte ouvidos pelo G1.

O diretor do Centro Nacional de Pára-Quedismo, Rodrigo Nogueira de Castilho, e o presidente da Federação Paulista de Pára-quedismo (FPP), Francisco Leite de Carvalho, afirmam que é praticamente impossível que Holmes tenha saído vivo do incidente sem que ao menos um de seus pára-quedas tenha funcionado, mesmo que parcialmente. Ambos assistiram ao vídeo da queda, e explicaram como o britânico, nascido na Ilha de Jersey, um protetorado do Reino Unido no Canal da Mancha, foi salvo.

Castilho, conhecido como "Rodrão", é instrutor de pára-quedismo há 11 anos e salta há 16 em Boituva, cidade referência no esporte, a 117 km de São Paulo. De acordo com o presidente do Centro Nacional de Pára-quedismo (uma entidade privada), a análise do vídeo mostra que o pára-quedas reserva abriu, ainda que não estivesse funcionando de maneira correta, pois fazia um movimento de giro após a abertura. A abertura do pára-quedas reserva ofereceu alguma resistência à queda, diminuindo a velocidade com que o pára-quedista se dirigia ao chão. "A velocidade final era bem menor do que 190 km/h", afirmou. "Se os dois pára-quedas não abrissem, seria praticamente impossível sobreviver", completa Rodrão. "Foi, indiscutivelmente, muita sorte ele ter apenas quebrado o tornozelo, mas o (pára-quedas) reserva diminuiu bastante a velocidade da queda", diz.

Carvalho, presidente da FPP, também afirma que houve uma importante redução da velocidade com a abertura, mesmo inadequada, do segundo pára-quedas. "Ele deve ter atingido a árvore com cerca de 120 km/h. Ele veio como um pêndulo na ponta do velame (pano do pára-quedas), e fazia movimento de giro."

O especialista explica ainda que o equipamento reserva só não abriu completamente por que o principal não havia sido liberado. "Ele estava com dois velames, um enrolado no outro, então tinha a resistência dos dois", conta ele, que também assistiu às imagens do salto do britânico.

"Se manuseado da maneira correta, dificilmente há problemas com o pára-quedas", explica Rodrão. Segundo ele, praticamente todos os casos de acidente são conseqüência de falha do saltador ou do "rigger" (o profissional habilitado para fazer montagem e manutenção do equipamento).

"Os fabricantes promovem testes exaustivos para certificar. E mesmo assim, segundo ele, se há algum problema, ele pode ser detectado antes do uso e o equipamento é inutilizado. "Quando o 'rigger' dobra o pára-quedas, ele percebe se tem alguma falha na fabricação."

A opinião comum aos dois praticantes de pára-quedismo, é de que o esporte, se praticado com cautela, é seguro, e que o sucesso dos saltos depende principalmente da habilidade do praticante.

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