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Brasil vai rever política de empréstimos

O governo brasileiro vai rever sua política de empréstimos para Venezuela, Bolívia e Paraguai — que inclui linhas de créditos mais baratas — se estes três países seguirem o caminho do Equador. Isto é: se decidirem não pagar suas dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como ameaça o governo equatoriano.

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Assunção - O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, disse ontem que formará uma equipe "técnica e econômica" para estudar a origem e a legalidade da dívida internacional, seguindo o exemplo de outros países da região que anunciaram medidas semelhantes. O presidente afirmou que "a questão da dívida dos países está se instalando na agenda internacional" e que, ainda que a dívida paraguaia não seja alta, é preciso analisar se ela "já foi paga" e se os recursos chegaram a "seus genuínos destinatários."

Lugo, ex-bispo católico que lidera uma coalizão de centro-esquerda, assumiu em 15 de agosto o governo de uma das menores economias da região. A dívida externa do país é de pouco mais de US$ 2 bilhões, contraída principalmente com organismos multilaterais de crédito.

"Queremos formar uma equipe técnico-econômica com alta capacidade moral para estudar com seriedade toda nossa dívida. Nós queremos estudá-la exaustivamente, e acredito que os organismos internacionais estão conscientes disso," declarou Lugo.

Ao falar com jornalistas internacionais, o presidente comentou a possibilidade de recorrer a instâncias internacionais para pedir a revisão da dívida contraída para a construção da hidroelétrica de Itaipu, confrontando-se com o Brasil e seguindo os passos do Equador. O governo equatoriano confirmou há alguns dias que levará a tribunais internacionais pelo menos dois casos de dívidas classificadas como ilegais. Após o anúncio de Quito, outros países como Venezuela e Bolívia decidiram auditar seus passivos.

Negociação

Logo após a posse de Lugo, Paraguai e Brasil iniciaram um complexo processo de negociação sobre Itaipu. Entre as exigências paraguaias está a revisão da dívida acumulada pela usina com a estatal brasileira Eletrobrás, que chega a quase US$ 19 bilhões e expira em 2023. O país também quer receber um preço maior pela energia vendida ao Brasil.

O Paraguai analisa ainda a possibilidade de apelar à Corte Internacional de Haia contra a decisão de um tribunal suíço, que em 2005 condenou o país a pagar cerca de 85 milhões de dólares a um grupo de bancos europeus por uma dívida contraída de maneira ilegal por um ex-cônsul honorário do governo do ditador Alfredo Stroessner (1954–1989).

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