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Cerimônia pública no sul do Líbano reuniu um grande número de pessoas para se despedir da jovem Malak Zahwe | Sharif Karim/Reuters
Cerimônia pública no sul do Líbano reuniu um grande número de pessoas para se despedir da jovem Malak Zahwe| Foto: Sharif Karim/Reuters

A brasileira Malak Zahwe, morta durante um atentado a bomba na quinta-feira, em Beirute, foi enterrada ontem à tarde no sul do Líbano em uma cerimônia pública da qual participaram líderes políticos e religiosos.

A estudante, que tinha 17 anos, é uma das vítimas recentes de uma onda de ataques terroristas no país, indicando que a aparente tranquilidade política dos últimos anos está sendo estilhaçada pelas bombas e pelas disputas sectárias.

Malak estava na região de Haret Hreik, sob influência da milícia xiita Hezbollah, quando um carro-bomba explodiu, deixando ao menos cinco mortos e mais de 60 feridos. Ela provava roupas com sua madrasta, que também morreu.

Nascida em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, a garota morava em Beirute há anos. Amigas de infância afirmam que ela sonhava em tornar-se uma enfermeira. "Ela tinha muita fé em Deus, todo mundo queria ser amigo dela", diz Karima Jebai, natural do Paraná e que estava no Líbano a passeio.

Fátima Hijazi foi avisada da morte da prima por meio de familiares. Também nascida em Foz do Iguaçu e visitando Beirute, ela viajou até Majdal Silem, na fronteira com Israel, para o enterro. "Quando alguém da nossa família é vítima de um atentado, temos mais medo de que aconteça conosco também", afirmou.

Abir Hijai diz que já foi avisada pelos pais de que ela só irá voltar para Beirute quando for a hora de pegar o avião de volta ao Brasil. "Morrer em um atentado é horrível, porque minha prima não tinha feito nada", afirma. "Ela foi encontrada com as roupas que estava provando, ainda com a etiqueta."

Conflito sírio

Segundo Saad al-Hariri, ex-premiê e importante figura política no país, as vítimas dos atentados recentes são dano colateral "do envolvimento em guerras externas", em referência à participação do Hezbollah no conflito da Síria, ao lado do regime do ditador Bashar Assad. Ao enviar guerreiros à vizinha Síria, o Hezbollah opôs-se diretamente às facções sunitas que lutam pela deposição do ditador Assad.

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