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Santina garantiu na Justiça a guarda da filha Ana Jéssica, de 6 anos | Christian Rizzi - Gazeta do Povo
Santina garantiu na Justiça a guarda da filha Ana Jéssica, de 6 anos| Foto: Christian Rizzi - Gazeta do Povo

Paranaense só conseguiu trazer um dos filhos para o Brasil

Violência contra mulher

O caso de Santina se assemelha com o da paranaense de Matinhos, no Litoral do Estado, Nariman Osman Chiah, que retornou ao Brasil após tentar fugir do Líbano algumas vezes no ano passado. Nariman tentava fugir do Líbano desde que começou a sofrer agressões do marido, o libanês Ahmed Holeihel.

Nariman chamou a atenção das autoridades no dia 21 de julho de 2008, quando foi barrada no aeroporto de Beirute ao tentar retornar ao Brasil com o filho.

Depois de enfrentar momentos difíceis em Taiwan, longe da família no Brasil e impedida de ver um dos filhos, a paranaense Santina Pelentir Lu, 37 anos, pretende refazer a vida. Doente, ela conseguiu voltar na quinta-feira (23) para Foz do Iguaçu, Oeste do estado, com a ajuda do Itamaraty e de amigos. Santina morou sete anos fora do Brasil e acabou vivenciando uma situação que se torna comum entre os imigrantes brasileiros no exterior, principalmente mulheres: ter uma relação tumultuada com maridos estrangeiros.

Natural de Salto do Lontra, Sudoeste, ela morava em Foz do Iguaçu onde casou-se em 2001 com um chinês e decidiu ir para Taiwan. Na época já tinha um filho e estava grávida de cinco meses de outra criança, uma menina. Com o passar do tempo, a relação com o marido complicou-se e ela acabou se separando. O drama acentuou-se porque Santina passou a ser agredida pelo marido e sentia-se como uma prisioneira. "Ele não gostava que eu saísse e foi muita pressão para mim, acabei indo na justiça e consegui a guarda de uma filha e hoje estou aqui", diz.

Santina garantiu a guarda da filha Ana Jéssica, de 6 anos, na Justiça, depois que o marido raptou a criança e desapareceu durante três dias. Nos últimos meses ela vivia com a filha em uma quitinete. Mas como estava doente, com crises de úlcera, Santina não conseguia mais trabalhar como faxineira para manter a filha e acabou impedida de ver o filho Brain, que ficou morando com o pai. Conforme as leis do país, em caso de separação, o marido fica com o imóvel e um dos filhos. O menino de 11 anos decidiu ficar em Taiwan vivendo com o pai.

Apesar da separação, Santina diz que está sossegada porque o país tem boas escolas e o pai cuida bem do menino. Ela conseguiu retornar ao Brasil graças ao apoio do Ministério das Relações Exteriores, que pagou a passagem para ela e a filha até São Paulo, após solicitação da prefeitura de Foz do Iguaçu. A família fez uma campanha e conseguiu arrecadar dinheiro com amigos para bancar o restante da viagem.

Agora ela só pensa em arrumar um novo emprego, terminar o tratamento de saúde e esperar a filha Jéssica se adaptar a nova vida e ao idioma português. "Estou muito feliz em reencontrar minha família depois de sete anos. Agora pretendo voltar a estudar e ter um bom emprego", diz. Uma das chances da brasileira, que fala mandarin e espanhol, é trabalhar na área de turismo.

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