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Moradoras de Christchurch se unem no lamento à tragédia na cidade. Centenas de prédios ficaram destruídos | John Kirk/Reuters
Moradoras de Christchurch se unem no lamento à tragédia na cidade. Centenas de prédios ficaram destruídos| Foto: John Kirk/Reuters

Depoimento

"Clima no país é de preocupação e tristeza"

Cristina Campos, curitibana, gerente de projetos na Nova Zelândia

Moro na cidade de Wellington, e por aqui está tudo bem. Mas ontem nós sentimos os dois terremotos mais fortes de Christchurch, mesmo sendo bem longe. No entanto, não causou nenhum estrago por aqui.

O clima no país é de muita preocupação e tristeza. A terra não parou de tremer naquela região desde o terremoto de setembro. Por causa disso, muitos prédios estavam fragilizados, e a destruição foi maior dessa vez.

Estamos todos torcendo para que as pessoas presas nos escombros ou desaparecidas sejam resgatadas o quanto antes e que nenhum tremor mais forte aconteça nas próximas horas.

Os números que têm sido divulgados (de mortos, etc.) estão mudando o tempo todo. A verdade é que ninguém sabe ao certo.

As operadoras estão pedindo para que as pessoas só usem o celular se necessário. Muita gente ainda não conseguiu se comunicar com amigos e família.

Em Wellington, o clima é de preocupação e solidariedade. Há postos de doação de sangue em vários pontos da cidade, e as pessoas estão divulgando mensagens como "você também pode ajudar" pelo rádio, televisão, twitter e Facebook.

Muita gente que estava a caminho de Christchurch ficou presa em Wellington, e os wellingtonianos estão oferecendo suas casas e escritórios para que essas pessoas tenham um lugar para passar a noite ou trabalhar.

A preocupação maior é com Christchurch. Mas, assim como aconteceu em setembro, todos estão apreensivos e pensando "e se isso acontecer aqui?". Há pessoas montando seus kits de sobrevivência e pensando em planos de como reagir e para onde ir no caso de acontecer a mesma coisa por aqui.

Parentes e amigos de paranaenses que estão vivendo na Nova Zelândia passaram o dia de ontem em busca de informações sobre o estado deles. Uns ficaram aliviados, depois de conseguirem contato. Outros, no entanto, ainda estavam apreensivos por não terem conseguido uma só notícia. Como diversas instalações de telecomunicações foram danificadas, muitos pontos na cidade neozelandesa estão sem internet ou telefone.

A comerciante Rita de Cássia Faraj, de União da Vitória, teve sorte. Anteontem mesmo, conseguiu falar com o filho Houssan Faraj, 19 anos, que estuda inglês em Christchurch. "Ele disse que tinha tido um terremoto e que tinha sido feio. Mas eu só fui ter uma dimensão dos estragos quando vi pela tevê. Daí fiquei apavorada, parece que caiu a ficha", relatou Rita de Cássia.

Estudante de Tecnologia e Me­­catrônica na Universidade Tecno­­lógica Federal do Paraná (UTFPR), Faraj tornou a falar com a mãe ao longo do dia de ontem. Segundo ela, o filho relatou estragos em diversos pontos da cidade e que chegou a acampar com os amigos, temendo que um novo abalo destruísse a casa onde mora.

Mesma sorte não teve a bancária Alini Bini, de 27 anos, moradora de Toledo. Ela passou a terça-feira sem conseguir localizar os amigos de Christchurch que fez durante uma viagem, no ano passado, à Nova Zelândia. "Tenho uma amiga de Rondon com quem falei no último domingo, e ela estava em Christchurch. Ela voaria de volta ao Brasil por esses dias, mas nem tenho notícias se ela conseguiu embarcar."

Além da colega paranaense, Alini disse que busca informações de três conhecidos da família neozelandesa que a acolheu e também de uma amiga holandesa que morava ao lado da catedral de Christchurch, que desabou. "Até agora, ninguém tem sinal dela."

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