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Pessoas caminham pelas ruas da Cidade do México com máscaras cirúrgicas: aumento dos casos de gripe suína no México | Eliana Aponte / Reuters
Pessoas caminham pelas ruas da Cidade do México com máscaras cirúrgicas: aumento dos casos de gripe suína no México| Foto: Eliana Aponte / Reuters

O cirurgião-dentista Gilberto Pucca chegou de Cidade do México na manhã desta segunda-feira (27) preocupado com a possibilidade de ter contraído a gripe suína, doença que se espalhou como epidemia no México, embora não apresentasse sintomas.

"Existe o temor porque estávamos em uma área de risco. Parecia um filme de ficção científica", disse Pucca, que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos com uma máscara cirúrgica recebida no país como precaução.

Segundo o Ministério da Saúde, um caso é considerado suspeito de gripe suína quando a pessoa apresenta febre alta de maneira repentina, acompanhada de tosse, dor de cabeça ou dores nos músculos e nas articulações.

Fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acompanharam nesta manhã o desembarque do voo 0014 da Aeroméxico e do voo 1689 da Companhia Mexicana de Aviacion no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Mesmo assim, passageiros entrevistados pelo G1 relataram falta de orientações.

"Só abordaram quem saiu do avião com máscara", disse o arquiteto Felipe Lopez Annunziato, de 27 anos, que foi ao México para surfar no vilarejo de Nexpa e só notou o clima de epidemia quando chegou à Cidade do México na última quinta-feira (23). "Quando a gente chegou na Cidade do México, não sabia o que estava acontecendo", contou o surfista, que passou 10 dias no país.

As estudantes brasileiras Marilá Costa Andrade, de 22 anos, e Stephane Pedro, de 20 anos, voltaram para São Paulo, porque familiares ficaram preocupados com o risco de contágio. "Fiquei assustada. Estava sozinha em outro país", disse Marilá que cursa ciências da comunicação na Universidade do Vale do México.

Mesmo com o risco de retorno ao México, as duas brasileiras já compraram a passagem de volta.

O controle da epidemia é a esperança na qual também se apóia o casal Ximena De La Parra e Rodrigo Carnivale. O brasileiro e a mexicana aguardavam, com máscaras cirúrgicas, a mãe de Ximena, Charo De La Parra, no saguão de desembarque do Aeroporto de Guarulhos, que veio para o casamento deles na sexta-feira (1º de maio) no Brasil. A cerimônia no México está marcada para o dia 30 de maio, apesar das incertezas quanto à evolução da gripe suína. "As pessoas estão preocupadas no México. Pode ficar pior", lamentou Charo, embora a família não cogite desmarcar a cerimônia.

No Brasil ainda não há caso confirmado de gripe suína. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), descartou que os dois casos suspeitos de pacientes internados no Hospital Emílio Ribas sejam gripe suína. Em Belo Horizonte, um casal foi internado para exames depois que apresentou sintomas da doença no voo de volta do México.

Nos aeroportos internacionais, viajantes que apresentem sintomas nos voos devem preencher um formulário chamado Termo de Controle Sanitário de Viajantes (TCSV) fornecido por fiscais da Anvisa para registrar dados sobre o voo, os sintomas e informações pessoais. A vigilância monitora passageiros de voos dos Estados Unidos e do México. Uma dentista brasileira que chegou de Atlanta nesta segunda-feira (27) preencheu uma cópia de documento porque relatou sintomas de gripe, segundo fiscais da Anvisa.

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