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Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba | Divulgação/Grupo Jam
Zé Ramalho apresenta seu novo show em Curitiba| Foto: Divulgação/Grupo Jam

No dia em que completaram quatro anos que o presidente americano George W. Bush declarou vitória na guerra do Iraque, o Congresso americano enviou - em vão - o projeto de lei que fixaria um prazo para o início da retirada das tropas do país árabe. O republicano vetou, gerando revolta entre os democratas. Mas para algumas pessoas o veto significa mais. É a esperança de ter um ente querido em casa.

Mas nem por isso o veto foi desaprovado por alguns parentes de soldados que estão servindo no Iraque. Muitos perderam filhos na guerra e outros aguardam a volta de seus soldados. No entanto, o que importa para eles é o bem dos cidadãos iraquianos que, certamente, são os que mais sofrem com o conflito entre os EUA e seu país.

Há pouco mais de um ano, no dia 28 de janeiro de 2006, a brasileira Iraci Barbosa, perdeu seu filho no Iraque. Felipe Carvalho Barbosa, fuzileiro da marinha americana, treinava outros soldados em Faluja, quando seu carro capotou, matando o jovem. Apesar de não ter podido se despedir do filho, ela não se arrepende de ter deixado o rapaz partir. Iraci não se espantou com o veto de Bush e aprovou a decisão do presidente americano.

- Eu sou a favor do Bush. Acho que ele está certo. Acredito, sim, que deve haver um prazo para ir embora, mas isso levaria no mínimo três anos - destaca Iraci.

Ela conta que Felipe treinava soldados iraquianos em missão de paz.

- Eles não estão treinados para tomar conta de seu próprio país. Precisam da ajuda de fora para reconstruí-lo - resume a brasileira, que mora nos EUA desde que Felipe era pequeno. - Até fiz chantagem emocional quando ele disse que ia, mas não deu. O Felipe dizia que não tinha completado a missão dele - lembra a mãe.

Enquanto o filho enfrentava os conflitos, a família do brasileiro sofria.

- A gente não dormia. Não comia. Ficava sempre vigiando o telefone. E ele ligava de madrugada para dizer que estava tudo bem.

Para ela, a pior situação é dos iraquianos.

- Muito sangue já foi derramado. Eles (EUA) não podem não terminar o que começaram. Ainda tenho esperança de que o Iraque vá se tornar uma nação democrata - concluiu ela.

E não é só Iraci que defende a decisão de Bush. Ariléa deCarvalho, de 23 anos, irmã do soldado brasileiro Daniel deCarvalho, de 25, se preocupa com o irmão, quer que ele volte, mas acha que os EUA não devem abandonar o Iraque sem que a paz impere no país.

- Como irmã quero meu irmão em casa, onde não vou ter medo de perdê-lo. Ele não está mais lutando pelos Estados Unidos, e sim pelos problemas de outro país. Isso não faz sentido para mim e acho que ele não precisa estar mais lá.

- Mas pensando de outra forma, concordo com o presidente Bush. Se um inimigo dissesse que em 10 dias ele iria desistir, o que a pessoa faria? Iria lutar por 11 dias e ganhar a guerra, não é? Então, por que o presidente iria mandar os soldados para lutar por quatro anos e tirá-los de lá para perder a guerra? Isso significa que cada soldado que morreu e cada soldado que está lutando, está lutando em vão.

Daniel está no Iraque há um mês. Já é a terceira ida do brasileiro ao país árabe.

- Sei que ele quer que essa bagunça acabe. Mas como soldado, luta quando pedem para lutar sem perguntar os motivos - declarou a Ariléa.

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