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Três integrantes de uma delegação do Congresso dos Estados Unidos se encontraram nesta terça-feira (8) com o ex-líder cubano Fidel Castro no primeiro contato com autoridades americanos que se tem conhecimento desde que ele sofreu uma cirurgia, em julho de 2006. O encontro ocorreu ao mesmo tempo em que se discute a possibilidade de mudanças nas relações hostis entre os EUA e a ilha caribenha, impulsionadas pelas promessas do presidente dos EUA, Barack Obama, de tomar medidas para normalizar os laços com a ilha, a 145 quilômetros da Flórida.

A Seção de Interesses dos EUA em Havana disse que três membros da delegação de seis pessoas se reuniram com Fidel Castro, pouco antes de o grupo partir para Washington, encerrando uma viagem na qual conversaram também com o presidente cubano, Raúl Castro. Um dos parlamentares que se encontrou com Fidel disse que o ex-líder cubano esteve "muito ativo" durante a reunião.

"Três de nós nos encontramos com Fidel Castro hoje e eu devo dizer que o ex-presidente Fidel Castro foi muito simpático. Discutimos vários assuntos", disse a deputada americana Barbara Lee em coletiva de imprensa em Washington.

Ainda em Havana, Barbara Lee, líder da delegação, afirmou que os seis democratas voltariam a Washington depois de um encontro de quatro horas e meia na noite de segunda-feira com uma simples mensagem: "Chegou a hora de dialogar com Cuba. O momento é agora".

Mas os passos nessa direção podem ainda ser dificultados pela oposição de membros da poderosa comunidade cubano-americana e de aliados políticos que observam o governo comunista de Havana com profunda desconfiança.

Os delegados afirmaram ter evitado entrar em detalhes com Raúl Castro, mas ficaram impressionados com o seu humor e seu envolvimento com as causas do Terceiro Mundo e acreditam que ele quer pôr fim à inimizade entre EUA e Cuba.

"Todos nós estamos convencidos de que o presidente Castro gostaria de estabelecer relações normais e veria a normalização, com o fim do embargo, como benéfica para ambos os países", disse Lee a jornalistas. Os EUA mantêm um embargo comercial contra Cuba desde 1962. "Foi uma reunião muito boa. Foi muito aberta e discutimos uma ampla série de assuntos", afirmou Lee, que preside o Congressional Black Caucus (Organização de parlamentares afro-descendentes da Câmara dos Representantes dos EUA).

O encontro foi notícia de primeira página no jornal Granma, do Partido Comunista, na terça-feira, que disse que a discussão cobriu vários tópicos "com ênfase na possível evolução futura de relações bilaterais e laços econômicos".

Raúl, disse o artigo, deixou clara a posição de longa data de Cuba de que o país estaria preparado a conversar sobre qualquer coisa com os EUA, ao mesmo tempo em que insiste no "respeito absoluto" à independência e à soberania nacional.

Uma coluna escrita por Fidel Castro, no mesmo jornal, afirmou que Cuba não teme dialogar com os EUA e elogiou o senador norte-americano Richard Lugar por pedir recentemente um comprometimento com Cuba.

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