Mais de 145 pessoas detidas após a disputa eleitoral no Irã em junho foram mantidas por alguns dias em uma sala de 70 metros quadrados em uma prisão de Teerã, incluindo três que morreram, revelou um relatório parlamentar divulgado pela mídia local neste domingo.
Em uma rara crítica ao tratamento dado aos detentos, o relatório da comissão de investigação disse que o então promotor de Teerã, Saeed Mortazavi, ordenou que um grupo fosse transferido ao centro de detenção de Kahrizak, apesar da falta de espaço no local.
O relatório sobre a situação de Kahrizak após a eleição, lida em sessão do parlamento e citada pela mídia iraniana, disse que o local para os detentos tinha falta de ventilação e condições sanitárias.
O documento também rejeitou a alegação inicial das autoridades, inclusive de Mortezavi, de que as três mortes foram causadas por meningite, segundo a agência de notícias local ILNA.
"Suas mortes foram atribuídas a várias causas como limitação de espaço, condições sanitárias precárias, nutrição inadequada, calor, falta de ventilação...e também como consequência de agressões físicas", informou a ILNA.
A prisão de Kahrizak foi fechada em julho por ordens do líder supremo aiatolá Ali Khamenei depois que três pessoas detidas durante os protestos pós-eleitorais morreram.
No mês passado, a mídia iraniana divulgou que o judiciário havia acusado três autoridades de Kahrizak pelo assassinato dos três manifestantes.
Mas o relatório negou as acusações de que os detentos teriam sido abusados sexualmente, segundo a ILNA.
A comissão de investigação integra ao menos seis membros do Parlamento, entre conservadores e moderados.
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