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Bagdá (Reuters) – O Parlamento do Iraque, dominado pelos xiitas, completou ontem os trabalhos sobre a Constituição do país. Mas a minoria sunita rejeitou o documento de imediato, dizendo que a Carta será descartada em um referendo a ser realizado em outubro. O texto lido ao Parlamento não conseguiu superar a objeção dos sunitas, que perderam o domínio político com a queda do presidente Saddam Hussein, apesar dos intensos esforços dos Estados Unidos de mediar um compromisso entre os grupos étnicos e religiosos do Iraque.

A rejeição em três das 18 províncias dominadas por sunitas seria o suficiente para derrubar a Constituição, de acordo com as regras de referendo, mas o presidente Jalal Talabani está exortando os iraquianos a dizerem "sim" no referendo marcado para 15 de outubro. "Esperamos que essa Carta seja aceita por todos os iraquianos e que será para todos. Estamos otimistas. Com certeza não há texto que seja perfeito e que não possa ser reformado, exceto o Alcorão", afirmou Talabani, um ex-líder guerrilheiro curdo que lutou contra Saddam Hussein.

Saddam

Apesar das divergências com o antigo regime, Talabani afirmou ontem que não assinará uma eventual sentença de morte contra o ex-ditador, destacando que prefere renunciar a autorizar a execução de Saddam. "Sou um homem de princípios. Não posso trair meus valores para conservar meu cargo. Se há divergência entre meu cargo e meus princípios, entregarei o cargo e manterei minhas convicções", afirmou Talabani à rede de tevê árabe Al Arabiya. Contrário à pena capital, Talabani se recusou a aprovar, no mês passado, as primeiras sentenças de morte ditadas no Iraque após a queda de Saddam. Foi o vice de Talabani quem assinou os decretos.

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