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Evacuação em Khan Younis, na Faixa de Gaza: Israel diz que a Al Jazeera participou dos ataques de 7 de outubro e que é porta-voz do Hamas
Evacuação em Khan Younis, na Faixa de Gaza: Israel diz que a Al Jazeera participou dos ataques de 7 de outubro e que é porta-voz do Hamas| Foto: EFE/EPA/MOHAMMED SABER

O Parlamento de Israel (Knesset) aprovou nesta segunda-feira (1º) uma lei que proíbe temporariamente a transmissão em Israel de qualquer mídia estrangeira que “prejudique a segurança do Estado”, o que atinge especialmente a cobertura sobre a guerra na Faixa de Gaza feita pelo canal catariano Al Jazeera.

“A 'Lei Al Jazeera', que impede que uma emissora estrangeira prejudique a segurança do Estado, foi aprovada em sua segunda e terceira leituras com uma maioria de 71 votos a favor e dez contra”, informou o Knesset na rede social X.

“O canal terrorista Al Jazeera não fará mais transmissões de Israel. Pretendo agir imediatamente de acordo com a nova lei para interromper a atividade do canal”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na mesma rede social.

Segundo o premiê, a “Al Jazeera prejudicou a segurança de Israel e participou ativamente do massacre de 7 de outubro”, quando o grupo terrorista palestino Hamas atacou o território israelense e matou cerca de 1,2 mil pessoas, “e incitou contra os soldados das forças de defesa”.

“É hora de remover o shofar [o chifre usado na tradição judaica para alertar a comunidade] do Hamas de nosso país”, acrescentou Netanyahu.

A legislação foi aprovada em sua primeira leitura no plenário do Knesset em fevereiro e agora foi aprovada em sua segunda e terceira leituras após meses de discussão com o gabinete de segurança.

Essa lei concede ao ministro das Comunicações o poder de ordenar aos “provedores de conteúdo”, por um período renovável de 45 dias, que deixem de transmitir a partir do país, assim como fechar seus escritórios, confiscar seus equipamentos e bloquear o servidor de seu site.

De acordo com o projeto de lei, a ordem de fechamento de um canal de notícias estrangeiro deve ser submetida à revisão judicial em um tribunal distrital, que deve decidir em 72 horas se modifica ou reduz o período da ordem.

O ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, concordou com Netanyahu e garantiu que “não haverá liberdade de expressão para os porta-vozes do Hamas em Israel” e que a “Al Jazeera será fechada nos próximos dias”.

A Al Jazeera é financiada pelo governo do Catar, que acolhe no país as lideranças do escritório político do Hamas.

A emissora afirma que vários jornalistas do canal foram mortos em ataques israelenses na guerra atual, incluindo Hamza Wael Dahdouh e Mustafa Thuria, quando um míssil atingiu seu veículo no sul de Gaza, enquanto correspondentes famosos, como Wael Dahdouh, perderam a maioria de seus parentes, incluindo seu filho primogênito e jornalista, Hamza.

EUA veem com preocupação veto de Israel ao canal

Os Estados Unidos expressaram nesta segunda-feira preocupação com a decisão do Parlamento de Israel de aprovar a lei que proíbe temporariamente a transmissão no país de qualquer meio de comunicação estrangeiro que "prejudique a segurança do Estado" e que quer limitar as reportagens sobre a guerra na Faixa de Gaza feitas pelo canal da Al Jazeera.

"Uma ação como essa é preocupante. Acreditamos na liberdade, e os EUA apoiam o trabalho extremamente importante dos jornalistas em todo o mundo, e isso inclui aqueles que fazem reportagens sobre o conflito em Gaza", declarou a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em entrevista coletiva.

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