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Durou apenas cinco minutos a reunião promovida hoje pelo Parlamento egípcio. A sessão "simbólica" pode ser entendida como um desafio à ordem de dissolução feita pela junta militar, revogada pelo presidente eleito Mohamed Mursi, mas confirmada pela Suprema Corte nesta semana.

Apesar da decisão do Supremo, as forças de segurança não bloquearam a entrada dos parlamentares.

"O Parlamento conhece bem seus direitos e deveres, e não intervém em assuntos do poder Judiciário nem comenta os veredictos da Justiça", declarou o presidente da Assembleia do Povo, Saad al Katani.

"Quero reforçar que não estamos em contradição com o veredicto", acrescentou, antes de suspender a sessão. Para Katani, assim como para o Executivo eleito, que o veredicto da Suprema Corte não pode ser aplicado "imediatamente".

No Parlamento de 508 cadeiras, os deputados da Irmandade Muçulmana e os fundamentalistas salafistas, que dominam a Casa, compareceram, mas os representantes eleitos dos demais partidos boicotaram a sessão "simbólica". Anteriormente, alguns legisladores já haviam qualificado o decreto de Mursi de "golpe de Estado constitucional".

A Alta Corte Constitucional, que em 14 de junho decretou que a Assembleia não era válida em consequência de um vício jurídico na lei eleitoral, rejeitou ontem o decreto presidencial que ordena o retorno do Parlamento. Depois da dissolução da Assembleia, os militares --aos quais Hosni Mubarak, expulso do poder em fevereiro de 2011, entregou o comando do país-- recuperaram o poder legislativo, provocando a revolta dos manifestantes que desejam ver o Exército fora da vida política.

O mais novo capítulo da crise política egípcia animou um apelo da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que deve visitar o país neste final de semana. Ela pediu a Mursi e aos integrantes da junta militar um "esforço concentrado da parte de todos" para tentar resolver suas dificuldades sem prejuízo para o processo de transição política.

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