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Washington – Em menos de três meses, será inaugurado nos Estados Unidos o museu que promete se transformar na Disneylândia bíblica dos fundamentalistas cristãos. Localizado no coração do chamado "cinturão da Bíblia", entre os estados de Kentucky, Ohio e Indiana, o Museu da Criação será o primeiro dedicado à origem da humanidade na versão biblicamente correta.

Adão e Eva, Tyrannosaurus rex, pterodáctilos e a Arca de Noé coexistem no museu, que custou US$ 27 milhões (em doações de fiéis) e levou três anos para ser construído. "O museu é um passeio pela história da humanidade: provamos que a teoria da evolução está errada e que a ciência confirma a Bíblia", disse Mark Looy, porta-voz e um dos fundadores do museu.

O museu foi idealizado pela Answers in Genesis (Respostas no Gênese), companhia multimídia que se dedica a disseminar idéias criacionistas. Os criacionistas não acreditam na teoria da evolução de Darwin, que ensina a seleção das espécies, e negam que o mundo tenha sido originado pelo Big Bang.

Para os criacionistas, o mundo foi criado ipsis litteris da maneira descrita pela Bíblia: a partir do sopro de Deus, em seis dias, há menos de 10 mil anos. "Seria ótimo converter evolucionistas em criacionistas, mas sabemos que este objetivo é ambicioso", diz Looy. "Não somos ativistas, não vamos aos tribunais exigir que ensinem criacionismo nas escolas; mas acreditamos que o museu, além de nossos DVDs, livros e programas de rádio, vão mudar a cabeça das pessoas aos poucos."

As atrações do museu são sofisticadas – foram projetadas pelo designer Patrick Marsh, o expert que criou as atrações Tubarão e King Kong do Universal Studios, na Flórida. Um dos pontos altos será a Arca de Noé interativa: "Ande pela arca antes e depois do dilúvio, e veja a exatidão histórica do dilúvio e da vida dentro da arca. Uma história real de ‘No Limite’ – como Noé e sua família sobreviveram por 371 dias em uma arca cheia de animais".

No quadro sobre Adão e Eva, o primeiro casal da Terra será acompanhado por dinossauros animatrônicos – ainda que, na história geológica, o Homo sapiens nunca tenha convivido com os grandes répteis. O museu terá também planetário, manuscritos raros da Bíblia e uma atração com as diferenças entre os paleontólogos criacionistas – que acreditam que a Terra tem apenas 10 mil anos e não 4,5 bilhões – e os tradicionais. O fundador espera 250 mil visitantes neste ano. A entrada vai custar entre US$ 10 e US$ 15 por pessoa.

Segundo uma pesquisa de 2006 do Instituto Gallup, 46% dos americanos acreditam no criacionismo, ou na frase "Deus criou o homem em sua atual forma há menos de 10 mil anos", enquanto 36% acham que Deus "guiou" o processo de evolução. Apenas 13% acreditam que o homem é resultado de um processo evolutivo de milhões de anos sem intervenção divina.

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