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Jovem imigrante segura bandeira alemã na fronteira da Grécia e Macedônia | SAKIS MITROLIDIS/AFP
Jovem imigrante segura bandeira alemã na fronteira da Grécia e Macedônia| Foto: SAKIS MITROLIDIS/AFP

Condenado pela ONU e entidades internacionais, o acordo entre União Europeia e Turquia também foi alvo de críticas, nesta quarta-feira (9), de políticos alemães da União Social Cristã (CSU), partido-irmão da União Democrata Cristã (CDU) da chanceler Angela Merkel, que há meses vem sendo atacada por causa de sua política para os refugiados.

O secretário-geral da CSU, Andreas Scheuer, disse ao jornal “Passauer Neue Presse” que a Turquia agiu durante a cúpula extraordinária da UE na segunda (7) “jogando o preço [do acordo] nas alturas, como num bazar”. A posição da CSU, disse Scheuer, é “contra a entrada da Turquia na UE e contra a liberação completa da exigência de vistos para todos os turcos”, em referência a duas das reivindicações colocadas à mesa por Ancara na reunião de Bruxelas.

Para o ministro dos Transportes, Alexander Dobrindt (CSU), a facilitação de vistos para turistas turcos precisa de regras claras de controle, “senão cria-se o terreno para uma nova migração ilegal”. E o vice-líder da bancada CDU/CSU no Parlamento, Hans-Peter Friedrich, afirmou que a Turquia faz “jogo de gato e rato” com a Europa.

O descontentamento da base aliada de Merkel com a política para refugiados vem desde o ano passado, quando ela se mostrou disposta a acolher milhares de sírios que fugiam da guerra civil para buscar abrigo na Europa. Mas os números foram muito acima do esperado (1,1 milhão entraram na Alemanha em 2015, e 477 mil já pediram asilo), e Merkel foi pressionada a mudar o discurso e dificultar o acesso ao país.

A pressão maior vem da Baviera, importante Estado onde a CSU tem suas raízes e justamente a principal porta de entrada dos refugiados na Alemanha, vindos da fronteira ao sul, com a Áustria. O governador bávaro, Horst Seehofer (CSU), causou uma saia-justa a Merkel no dia 4 de março, após visitar em Budapeste o premiê da Hungria, Viktor Orban, e elogiar sua decisão de fechar as fronteiras para refugiados.

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