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Os conservadores franceses, atualmente no poder, estavam prontos, na sexta-feira, para discutir medidas capazes de colocar fim aos confrontos em torno da lei sobre um novo tipo de contrato de trabalho para jovens. Alguns dirigentes da ala conservadora aventaram a hipótese de suspender, por até seis meses, o contrato que facilita a demissão de trabalhadores jovens a fim de que seja encontrada uma alternativa. Mas os sindicatos do país, fortalecidos pelas grandes manifestações de rua, continuam insistindo no cancelamento definitivo dele.

- Se não conseguirmos o que estamos pedindo, vamos começar a preparar novas mobilizações nas mesmas proporções que vimos na terça-feira - disse Jacky Dintinger, secretário-geral do sindicato CFTC.

Na tera-feira, a França foi palco de greves e de manifestações que levaram ao menos 1 milhão de pessoas às ruas. Segundo Dintinger, a eventual mobilização poderia ser decidida em um encontro marcado para segunda-feira entre os maiores sindicatos e grupos estudantis do país.

Os negociadores vindos do partido União para um Movimento Popular (UMP), do presidente Jacques Chirac, devem divulgar, ainda na sexta-feira, depois de três dias de reuniões com sindicatos, grupos estudantis e empresários, um comunicado anunciando quais serao as próximas medidas a serem adotadas.

Os estudantes realizaram protestos novamente, aumentando a pressão para que seja cancelado o Contrato do Primeiro Emprego (CPE), que dá aos empregados o direito de demitir, sem justa causa, qualquer funcionário com menos de 26 anos de idade contratado há menos de dois anos.

Cinco manifestantes foram atingidos por um carro que investiu contra um protesto na região central de Paris. Os cinco ficaram levemente feridos. Enfurecidos, os manifestantes perseguiram o carro e o viraram. O motorista não foi atingido, disse uma porta-voz dos estudantes.

As manifestações ocorridas em toda a Frana foram quase totalmente pacíficas. Houve alguns episódios de violência em protestos nos quais jovens atiraram pedras contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. O membro de um sindicato, ferido gravemente durante um enfrentamento entre manifestantes e policiais depois de uma passeata no dia 18 de março, saiu do coma na quinta-feira e enfrentava problemas pulmonares, disse uma porta-voz do hospital.

Villepin rebateu as especulações, surgidas na quinta-feira, de que avaliava a possibilidade de renunciar. Mas o destino do fiel aliado de Chirac está intimamente ligado ao CPE, cuja lei foi aprovada no Parlamento de forma rápida devido ao aval do premier.

O secretário-geral da UMP, Pierr Mehaignerie, sugeriu na quinta-feira um acordo para salvar a pele do governo. Pelo acordo, o novo tipo de contrato, que passou a vigorar apenas no domingo, ficaria suspenso por algo entre três e seis meses.

Mehaignerie é visto como um aliado do ministro francês do Interior, Nicolas Sarkozy, um rival de Villepin na disputa pela liderança da direita nas eleições presidenciais de 2007.

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