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Venezuela

Partido de Maria Corina Machado denuncia torturas sofridas por um de seus coordenadores

Opositor do regime de Maduro com bandeira venezuelana em 2019. (Foto: EFE)

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O partido de María Corina Machado denunciou, no último sábado (26), que um de seus coordenadores detidos precisou ser atendido com urgência devido às torturas sofridas na prisão. Yerwin Torrealba, coordenador juvenil do estado de Yaracuy, preso em dezembro, foi levado a um centro de saúde nas últimas horas após apresentar fortes dores abdominais e nas pernas.

“Yerwin Torrealba foi levado às pressas a um centro médico por apresentar fortes dores abdominais e nas pernas, devido às condições de reclusão a que está submetido”, escreveu o grupo opositor em um comunicado, destacando que o jovem apresentava mal-estar há dias e teve atendimento médico negado.

Diante da situação, o grupo alertou a comunidade internacional sobre as “múltiplas complicações de saúde que muitos presos políticos no país estão enfrentando hoje” e lembrou que, em dezembro, já havia solicitado à Corte Penal Internacional que investigasse a possível prática de crimes contra a humanidade após a morte de três detentos.

Em janeiro, cinco relatores, dois grupos de trabalho e um especialista independente do Conselho de Direitos Humanos da ONU descreveram as condições como “inadequadas” e alertaram que elas “teriam piorado” após as eleições presidenciais de 28 de julho, devido ao “aumento significativo de pessoas detidas”.

Uma das vítimas dessa situação é a ativista Rocío San Miguel, que há meses sofre com uma fratura que exige cirurgia, mas que lhe é negada. O caso remonta a dezembro de 2023, quando seu advogado, Juan González Taguaruco, informou sobre a lesão de sua cliente, causada por uma queda devido a um desmaio relacionado a um quadro de labirintite.

Apesar de San Miguel apresentar dores constantes, a condição “não foi devidamente tratada” e ela recebia apenas analgésicos. Por isso, sua defesa solicita sua libertação para que possa ser operada por sua equipe médica de confiança, em um centro de saúde com infraestrutura adequada, algo que o regime se recusa a permitir, considerando que se trata de uma manobra para libertá-la.

“Levariam Rocío San Miguel para operar e, ali, tentariam executar o resgate”, disse o ministro do Interior chavista, Diosdado Cabello, em 15 de fevereiro, ao informar sobre o desmantelamento de uma “rede de coiotes (tráfico de pessoas) internos”, que teria sido contratada para realizar esse plano.

Diante da recusa persistente ao pedido, semanas atrás, a ONG Justiça, Encontro e Perdão afirmou que San Miguel está sendo vítima de uma “grave violação de seus direitos humanos” e exigiu, portanto, a permissão “imediata e sem condições” para sua cirurgia.

San Miguel foi detida em 9 de fevereiro de 2024 no aeroporto internacional de Maiquetía, quando se preparava para viajar com sua filha. Segundo o regime, ela fazia parte de uma “trama conspiratória” que planejava “atentar” contra Maduro e outros altos funcionários.

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