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O Partido Revolucionário Institucional (PRI), principal grupo de oposição ao governo do presidente mexicano, Felipe Calderón, iniciou nesta terça-feira (29) uma busca frenética pelo substituto de Rodolfo Torre, candidato ao governo do Estado de Tamaulipas nas eleições regionais de domingo. Torre foi assassinado na segunda-feira em uma emboscada em uma estrada perto da fronteira com os EUA.

Líderes do PRI reuniram-se nesta terça-feira em Ciudad Victoria, capital de Tamaulipas, para começar o processo de escolha de um substituto para Torre, que liderava as pesquisas de intenção de voto. Candidatos de todos os partidos interromperam suas campanhas no Estado. Aos gritos de "justiça", 5 mil pessoas compareceram ao funeral, realizado em um centro de convenções da cidade.

Durante a cerimônia fúnebre, Andrés Rafael Granier Melo, governador do Estado de Tabasco, afirmou que está jurado de morte pelos narcotraficantes. Ele está em Ciudad Victoria para o funeral de Torre e declarou que outros três governadores do PRI - de Chihuahua, Sinaloa e Veracruz - também foram ameaçados.

"Dois policiais foram metralhados na porta da casa de minha filha", disse Granier Melo, que teve de se mudar depois do ataque. "Avisei o governo federal que existe uma ameaça do Cartel do Golfo. Mas não recuarei. Não entregarei Tabasco a esses grupos criminosos."

Políticos, analistas e a polícia mexicana acreditam que a onda de violência às vésperas da eleição é parte de uma estratégia dos narcotraficantes para intimidar os eleitores e passar a imagem de um país desgovernado.

Beatriz Paredes, presidente nacional do PRI, exigiu justiça pelo assassinato de Torre. "Exigimos respeito e justiça. Queremos o esclarecimento dos fatos", afirmou.

César Augusto Santiago, um dos coordenadores nacionais do PRI, criticou o presidente Felipe Calderón. "Não dá para governar um país por meio de pronunciamentos na TV", disse Santiago, em referência às duas mensagens em cadeia nacional feitas pelo presidente nas últimas 24 horas.

Autoridades eleitorais mexicanas disseram ontem que não haverá nenhuma alteração no calendário eleitoral e as eleições para governador em 12 dos 31 Estados do país não serão adiadas. A Secretaria de Defesa Nacional, no entanto, reforçou a segurança de Calderón.

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