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Um importante parceiro na coalizão de governo de Asif Ali Zardari, presidente do Paquistão, informou nesta terça-feira (28) que irá retirar seus ministros do gabinete, enfraquecendo ainda mais uma administração que já enfrenta ameaças de colapso na economia e dos insurgentes do Taleban. Um porta-voz do movimento Muttahida Qaumi, o quarto maior partido na Assembleia Nacional, disse que o grupo ainda não decidiu se irá se juntar à oposição, o que pode indicar que a coalizão de governo sobreviverá.

Entretanto, as renúncias aumentam os problemas para o governo de Zardari e tendem a levar a futuras complicações políticas. O Muttahida Qaumi é um partido laico e sua base política fica em Karachi.

A renúncia dos ministros ocorre no momento em que o Fundo Monetário Internacional (FMI), que emprestou US$ 11 bilhões ao Paquistão para que o país estabilize sua economia, afirmou que concordou em estender o prazo do empréstimo por nove meses até setembro para dar ao Paquistão mais tempo para manter sob controle seu crescente déficit público, informou o Wall Street Journal.

O movimento Muttahida Qaumi informou na noite desta segunda que pedirá aos seus dois ministros no gabinete, cujas pastas são portos e supervisão aos paquistaneses imigrados, que renunciem. Zardari encontrou-se hoje com lideres do partido em Karachi para reduzir as tensões, que aumentaram em parte por causa da recusa do Muttahida Qaumi em apoiar a agenda de reformas econômicas do governo.

O Partido do Povo Paquistanês (PPP), de Zardari, depende das 25 cadeiras do Muttahida Qaumi para formar uma maioria na Assembleia de 342 deputados. O Muttahida Qaumi ainda faz parte da coalizão, mas se deixá-la poderá provocar a realização de novas eleições, sob as regras do sistema parlamentar paquistanês.

"Nós estamos dando ao PPP algum tempo antes de tomarmos qualquer decisão sobre se vamos negociar ou não com a oposição", disse Haider Abbas Rizvi, do Muttahida Qaumi.

Imposto

O governo, apoiado pelo FMI, tenta implementar uma taxa geral sobre as vendas e outras revisões fiscais para podar um déficit orçamentário que funcionários das finanças dizem ter crescido a 6% do Produto Interno Bruto (PIB), acima da meta de 4%.

O Muttahida Qaumi, o qual representa em grande parte o eleitorado urbano de Karachi, uma cidade portuária com 18 milhões de habitantes, afirma que o imposto irá atingir desproporcionalmente seus partidários. O partido pediu que seja criado um imposto agrícola sobre os grandes latifundiários, que atualmente são isentos. A base eleitoral do PPP está nas regiões rurais da província do Sind, da qual Karachi é a capital. As informações são da Dow Jones.

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