O partido do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, conseguiu renovar seu mandato com uma folgada vitória nas eleições antecipadas realizadas neste domingo no Japão, segundo a pesquisa de boca de urna da emissora pública "NHK".
O conservador Partido Liberal-Democrata (PLD) conseguiu entre 275 e 306 cadeiras das 475 que formam a câmara baixa do parlamento, segundo esta pesquisa, com o que melhora os resultados obtidos no pleito de 2012.
Shinzo Abe já fala como vencedor
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, já considera confirmada a vitória de seu partido nas eleições antecipadas realizadas neste domingo no Japão e agradeceu a "confiança" dos eleitores, à espera ainda da divulgação dos resultados definitivos.
"Quero agradecer a confiança do povo que votou em nosso partido. Graças a ele poderemos manter a atual administração e continuar nosso trabalho", afirmou Abe, que também disse em entrevista à emissora pública "NHK" que os primeiros resultados "mostram o respaldo das pessoas a "Abenomics", sua estratégia de recuperação econômica.
A apuração realizada pela "NHK" atribui ao Partido Liberal-Democrata (PLD) pelo menos 253 das 475 cadeiras da câmara baixa, frente às 46 do Partido Democrático (PD), o que, segundo as projeções da emissora pública, asseguraria a maioria absoluta do partido governante.
Estes resultados apontam que o PLD e seu parceiro de governo, o partido budista Novo Komeito, revalidarão o controle de dois terços da câmara baixa.
Cauteloso, o primeiro-ministro ressaltou que ainda não se conhecem os resultados definitivos, mas expressou sua confiança de que o PLD e o Novo Komeito "vão obter a maioria necessária para governar".
"Seguiremos como antes, mas manteremos a humildade e tentaremos escutar cuidadosamente ao povo japonês", afirmou Abe, que também destacou que o governo "não duvidará na hora de tomar decisões quando seja necessário".
Abe assinalou que a prioridade para seu novo mandato será "fazer todo o possível para que a economia se recupere", assim como reforçar "as relações diplomáticas e a segurança" do Japão.
Neste sentido, anunciou que continuará aplicando sua política econômica destinada a reativar a economia através de agressivos estímulos monetários e um numeroso gasto público, com o objetivo de "criar um ciclo positivo a partir da próxima primavera".
Na mesma linha, salientou que "pressionará às empresas para que aumentem os salários" e conseguir que a melhora econômica "se note na vida cotidiana" dos japoneses.
As eleições antecipadas de hoje foram convocadas na metade do mandato de Abe, depois da entrada em recessão da terceira economia do mundo e da decisão do Executivo de atrasar um aumento do IVA para que o consumo não continuasse caindo.
A jornada eleitoral esteve marcada pelo temporal de frio e neve que castiga o centro e o norte do Japão, o que, unido ao pouco interesse que a campanha despertou entre os eleitores, acarretou em uma baixa afluência às urnas.
A participação foi de 52,7%, o que representa 6,6 pontos a menos que no pleito anterior de 2012 e o mínimo registrado no Japão desde a Segunda Guerra Mundial, segundo uma estimativa da agência de notícias "Kyodo".
Abe qualificou estes dados de "muito decepcionantes" e ressaltou a necessidade de "reforçar a confiança dos eleitores", ao mesmo tempo em que expressou seu "respeito" pelos eleitores que compareceram às urnas "apesar da neve e do frio".
Os resultados finais dessas eleições devem ser divulgados no início da madrugada de segunda-feira no Japão.
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