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O Ministério do Interior de Israel colocou em vigor neste domingo (3) uma lei que permitirá às autoridades de segurança prender durante três anos qualquer pessoa que entre no país de forma ilegal, e entre 5 e 15 anos qualquer pessoa que os ajude com isso.

A lei foi aprovada há alguns anos para frear a entrada de palestinos, mas neste domingo foi estendida a qualquer imigrante. Ela coincide com uma dura polêmica pelas declarações racistas de alguns ministros sobre refugiados da África Subsaaariana que se radicaram em Israel.

O jornal israelense "Ha'aretz" informa que, pela primeira vez, esses imigrantes, que chegam a cerca de 60 mil em todo território d Israel, poderiam ser enviados à prisão sem julgamento algum e sem a opção de se acolher à repatriação ou expulsão.

A lei foi aprovada há anos para dissuadir palestinos de cruzar a fronteira para buscar trabalho em Israel, mas seu alcance foi ampliado ao restante de imigrantes ilegais ou pessoas de países em desenvolvimento que entram no Estado judaico em busca de asilo.

Até agora, todos os imigrantes detidos pelo Exército na fronteira entre Israel e Egito, principal via de acesso, eram transferidos ao centro de detenção de Sharonim, com capacidade para cerca de 2 mil pessoas, mas a maioria vive nas grandes cidades.

Nos últimos meses, houve graves ataques contra eles por parte de grupos xenófobos, sobretudo no bairro Shapira, no sul de Tel Aviv, onde se concentram pelo menos 20 mil.

Organizações de direitos humanos classificaram a lei como "momento obscuro para Israel" e como "mancha negra", e apelaram às autoridades para que cumpram as convenções internacionais que garantem a oferta de asilo aos que correm perigo em seus países de origem.

"Em vez de agir como qualquer outro país civilizado, estudar os pedidos de asilo e oferecer refúgio aos que merecem, Israel decide a prisão em massa de milhares de pessoas", criticou em entrevista ao "Ha'aretz" a ONG Kav LaOved, principal organização de assistência a imigrantes.

Em declarações ao jornal "Maariv", o ministro do Interior, o ultra-ortodoxo Eli Yishai, indicou que manterá "a luta com todos os meios disponíveis para expulsar os estrangeiros, até que não sobre nem um só infiltrado".

Yishai, que há várias semanas foi acusado de racismo por outras polêmicas declarações sobre os imigrantes africanos, voltou a incorrer neste domingo em seu habitual discurso xenófobo ao se queixar de que "a maioria dos muçulmanos que chegam (a Israel) sequer acredita que este país pertença a nós, ao homem branco".

O deputado ultradireitista Ariel Eldad defendeu que as autoridades "atirem contra qualquer um que cruzar a fronteira". Suas declarações foram feitas durante uma visita que a Comissão de Exteriores e Segurança do Parlamento fez neste domingo à fronteira com o Egito, informou o serviço de notícias "Ynet".

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