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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio de Aguiar Patriota, defendeu nesta quinta-feora (17) o "esforço do diálogo" com a Líbia, mas avaliou que a "permanência de (Muamar) Kadafi fica muito difícil nessas condições", citando as restrições impostas ao ditador pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Liga Árabe.

Patriota citou também a decisão de submeter a situação da Líbia à Corte Penal Internacional, que congela os bens de Kadafi e sua família e o impede de viajar ao exterior. "Isso é um isolamento muito claro e muito nítido, adotado por consenso da comunidade internacional. Isso aí eu sublinharia com ênfase, porque não é comum que em tão pouco tempo a comunidade internacional como um todo se associe em torno de ideias como essas, de efeito e impacto muito severo. Não é pouca coisa. A permanência de Kadafi na Líbia fica muito difícil nessas condições", afirmou.

A posição brasileira, de acordo com o ministro, é de favorecer o diálogo e a ação de duas missões que chegam a Trípoli nos próximos dias. Uma, do emissário do diretor-geral da ONU, Ban Ki-Moon, chefiada pelo ex-chanceler da Jordânia Abdul Ilah Khatib. A outra, formada por chefes de Estado africanos, incluindo o presidente da África do Sul, Jacob Zuma. "O Brasil, nas conversas e consultas no Conselho de Segurança, defendeu muito que se reconhecesse a importância dessas missões", disse o ministro. "Consideramos que devem ser feitos esforços de diálogo para se encontrar saídas, em primeiro lugar, para redução da violência e, em segundo lugar, uma saída política para a crise".

Patriota diz que caso a decisão do Conselho de Segurança da ONU seja pela criação de uma zona de exclusão, o Brasil vai apoiá-la. "Fiquei muito satisfeito de ouvir da secretária de Estado Hillary Clinton que os Estados Unidos não contemplariam ações unilaterais e nem tampouco ações de grupos de países externos da região. É importante que, caso seja essa a decisão, que seja verdadeiramente um esforço multilateral do Conselho de Segurança", afirmou.

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