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Atualizado em 29/10/2006 às 19h30

Sete pessoas sobreviveram à queda do avião da empresa aérea nigeriana ADC, este domingo. A aeronave, que caiu após decolar do aeroporto da capital do país, Abuja, levava mais de 100 pessoas a bordo. O número exato de passageiros que embarcaram no avião ainda é incerto.

O porta-voz de um hospital em Abuja informou à rede de TV nigeriana, NTA, que sete pessoas chegaram com vida e estão internadas. Seis não correm risco de morte e uma se encontra em estado crítico.

A rede CNN ouviu um dos sobreviventes, que disse não saber o que pode ter acontecido.

- Estávamos estáveis. Não sei o que pode ter acontecido de errado - disse, na entrevista, o homem internado e aparentemente em estado de choque.

O Boeing 737 ia rumo a cidade de Sokoto (norte), quando a aeronave atingiu uma plantação de milho a cerca de 2 km da pista.

- Ele caiu após a decolagem. Era um avião da ADC de Abuja para Sokoto com mais de 100 pessoas a bordo -disse uma fonte da Agência Nacional de Gerenciamento de Emergência, pedindo para não ser identificada.

Um correspondente da Reuters viu corpos carbonizados, alguns membros e cabeças sendo retirados dos restos da fuselagem e colocados em caminhões. "O cheiro não é algo de que você quer se lembrar", disse Steve Noble, um diplomata britânico no local da queda.

Ibrahim Muhammadu Maccido, o líder da comunidade muçulmana do país - metade dos cerca de 70 milhões de habitantes - estava entre os mortos. Maccido era o sultão de Sokoto e principal dirigente religioso do norte da Nigéria - ele ajudou a conter conflitos religiosos sangrentos no Estado de Plateau em 2004.

Segundo o governador de Sokoto, estão entre as vítimas fatais, ainda, o vice-governador do Estado de Sokoto e dois senadores.

O ministro do Território da Capital Federal, Nasir el-Rufai, disse que o acidente ocorreu durante mau tempo, mas que a causa do desastre só será determinada por meio de investigação detalhada.

A companhia aérea ADC é uma empresa doméstica popular, com aviões Boeing de muitos anos de uso.

Este foi o quarto acidente na Nigéria em pouco mais de um ano. Em 22 de outubro do ano passado, 177 pessoas morreram quando um Boeing 737 da Bellview Airlines caiu pouco após decolar do aeroporto de Lagos.

Sete semanas depois, um DC9 da Sosoliso Airlines se acidentou quando pousava em Port Harcourt. O desastre matou 106 pessoas, metade das quais eram crianças de um internato que voltavam para casa no feriado de Natal.

E em 17 de setembro deste ano, dez generais do Exército e outros três militares morreram quando uma pequena aeronave da Força Aérea caiu no Estado de Benue.

A última tragédia ocorre um mês antes da data prevista para o início de uma auditoria da indústria aeronáutica nigeriana. Após os acidentes do ano passado, o presidente Olusegun Obasanjo havia reivindicado melhorias de segurança das empresas aéreas e autoridades do setor.

O volume de passageiros na Nigéria subiu para 8 milhões por ano, mais que o dobro que há sete anos, mas aeroportos e aviões antigos não conseguiram acompanhar o ritmo do aumento no movimento.

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