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A peruana Margot Huamacto, de 31 anos, passou a quinta-feira (16) ao telefone e na internet em busca de informações dos familiares. Ela conseguiu saber durante a manhã que a mãe, o pai e duas irmãs que moram em Lima, capital do Peru, passavam bem. Mas demorou para ter notícias de dois irmãos que vivem em Ica, cidade mais atingida pelo terremoto que matou centenas de pessoas.

Ica, que fica a 300 quilômetros ao sul de Lima, registrou a maioria das vítimas. A intensidade do tremor, segundo o Instituto de Geofísica dos Estados Unidos (o USGS), que monitora os sismos registrados em todo o mundo, chegou a 8 graus na escala Richter. A escala, em princípio, não tem limites, mas terremotos com magnitude 10 ou superior nunca foram registrados.

"Em Lima, toda a minha família está bem. Mas tenho dois irmãos em Ica. Não consigo contato pelo telefone nem pela internet, estou muito preocupada", afirmou Margot, que vive há quatro meses em uma comunidade para imigrantes no Glicério, Centro de São Paulo, por volta das 15h.

Um dos irmãos de Margot é engenheiro, tem 33 anos e trabalha em uma mineradora. O outro é guia turístico e tem 29 anos. Eles moram perto da Universidade de Ica. Além deles, a peruana tem três sobrinhos vivendo na cidade. Ela conseguiu conversar com um dos irmãos no início da noite pela internet e confirmar que todos estavam bem.

A peruana passou toda a manhã tentando saber notícias dos irmãos. "De manhã estava até com dor de cabeça de tanta preocupação", contou. A família que mora no Peru também não conseguiu contato com os dois, já que o sistema de telefonia foi afetado pelo terremoto. De acordo com Margot, as estradas também estão bloqueadas.

Margot disse que nunca sentiu um tremor semelhante ao desta terça-feira (15). "O máximo que senti foram 3 graus (na escala Richter) durante cinco segundos e já foi terrível", contou.

Notícias pela internet

O peruano Ricardo Soares de Lima, de 55 anos, acompanha pela internet as notícias sobre o terremoto em seu país. Ele já recebeu notícias da família, que mora em Lima. "Falei com minha família e está todo mundo bem. Há muito desespero e preocupação no país. Eu acesso os sites dos jornais de lá para saber as notícias", contou.

Lima morava no Peru quando um terremoto atingiu o país em maio de 1970. O abalo sísmico de 7,5 graus na escala Richter causou 75 mil mortos. "O terremoto causou deslizamentos, muitas mortes, fechou estradas. O Peru tem um histórico de terremotos", disse.

O peruano mora há três meses no Brasil e está preocupado com a segurança de sua família. "Nós temos medo, lembramos o tempo todo de nossa família", afirmou. Carlos Roberto Marchan, de 43 anos, também ficou mais tranqüilo ao ter notícias das pessoas que deixou no país, mas está triste com as mortes. "Fiquei com muita pena dos falecidos."

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