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| Foto: Jorge Silva/Reuters

Observador expulso chega ao Brasil

Chegou ontem pela manhã ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) o eurodeputado espanhol Luis Herrero, que foi expulso da Venezuela no último sábado. Herrero estava em Caracas desde quinta-feira a convite do oposicionista Partido Democrata Cristão (Copei) para acompanhar, na condição de observador internacional, o referendo sobre a reeleição ilimitada de Hugo Chávez.

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Caracas - Os centros de votação do referendo sobre uma emenda constitucional que permitirá a reeleição sem limite de mandatos para os cargos públicos na Venezuela foram fechados ontem às 18h11, horário local (19h41 de Brasília), anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Segundo pesquisas de boca-de-urna citadas pelo ministro das Finanças e diretor do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV, no poder), Alí Rodríguez, o "sim" no referendo para a reeleição registra uma vantagem irreversível.

"Hoje certamente é um dia de celebração", afirmou Rodríguez em coletiva de imprensa do PSUV, uma hora e meia antes do fechamento das mesas de votação. "Pelo que dizem todas as pesquisas de boca-de-urna, a tendência é irreversível e a resposta que o povo deu é irreversível", afirmou Rodríguez, que pediu que a oposição não dê início a atos de violência e reconheça os resultados. Por sua parte, representantes da oposição pediram para esperar até o fim do dia e exigiram das autoridades eleitorais que façam respeitar a proibição sobre a divulgação de resultados.

Votação

Os venezuelanos compareceram às urnas ontem para o quinto referendo nos últimos dez anos, desta vez sobre uma emenda constitucional que abriria o caminho para o presidente Hugo Chávez tentar um terceiro mandato depois de 2012, sem limites à reeleição, e que a oposição considera um ataque à alternância democrática. Caso a modificação de cinco artigos da Constituição de 1999 seja aprovada, eliminará os limites de mandatos existentes para o presidente e todos os cargos majoritários.

Atualmente, a Carta Magna limita a no máximo dois mandatos presidenciais consecutivos, o que significa que Chávez deve abandonar o poder ao fim de 2012. "O que está em jogo hoje (ontem) pode ser sintetizado em um dilema que deve ser resolvido pelo povo: seguir avançado para o exercício pleno da soberania popular ou a pretensão contrarrevolucionária de impor freios (...) É de Hamlet de Shakespeare: ser (o sim) ou não ser (o não)", escreveu Chávez em um artigo publicado na imprensa local.

Estrutura

Quase 33 mil seções eleitorais estavam espalhadas por todo o país. O governo colocou 140mil militares nas ruas para garantir a segurança da votação. Os defensores de Chávez consideram a emenda vital para consolidar a "revolução bolivariana" e o que chamam de "socialismo do século 21". Chávez já afirmou várias vezes que pretende governar o país pelo menos até 2019 e, eventualmente, além desta data. Os opositores afirmam que a emenda que atenta contra o princípio da alternância, consagrado na Constituição, e lembram que a reeleição sem limites já foi rejeitada em um referendo em 2007.

Chávez disse que seu destino político está em jogo no referendo, que se for aprovado permitirá sua candidatura a um terceiro mandato em 2012. "Venho com minhas filhas e netos, muito consciente ante o povo venezuelano de que hoje (domingo), nas mesas eleitorais, está se decidindo meu destino político. Para mim, como ser humano e soldado desta luta, é importante", disse Chávez depois de votar no bairro de 23 de janeiro de Caracas. "Peço a Deus que o processo termine bem e se imponha a vontade do povo venezuelano. Que ninguém se ponha a inventar", alertou. "Reconheceremos o resultado, seja qual for, uma vez anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)", reiterou. Depois da derrota há dois anos, o Partido Socialista Unido (PSUV) de Chávez elaborou uma campanha para buscar os eleitores em casa e tentar garantir a vitória. As pesquisas mais recentes apontaram uma leve vantagem ao "sim". Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mais de 16 milhões de venezuelanos estão registrados para votar. O organismo pode divulgar os primeiros resultados entre duas e três horas após o fim da votação, mas informou que não fará nenhum anúncio até que exista uma tendência irreversível.

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