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Os equatorianos participam neste domingo de um referendo que deverá ampliar o apoio ao presidente esquerdista, Rafael Correa, numa batalha contra o Congresso considerado corrupto.

A última pesquisa Cedatos-Gallup mostra este economista educado nos Estados Unidos como vencedor, com enfáticos 66%, na votação do referendo pelo estabelecimento de uma assembléia para reescrever a Constituição.

- O que está em jogo hoje é se o país avançará na direção do futuro ou continuará preso no passado - disse o ministro do Interior, Gustavo Larrea, à televisão equatoriana. - O voto no 'sim' terá uma vitória retumbante.

Correa, que está no poder desde janeiro, apostou sua carreira política no referendo, dizendo que poderá renunciar se não conseguir uma vitória convincente.

O referendo expôs a volatilidade da política do Equador. O país, que é o maior exportador de banana do mundo, teve oito presidentes em uma década e três deles foram derrubados por distúrbios populares ou do Congresso.

Mais da metade dos membros do Congresso foi retirada no mês passado depois de uma disputa com Correa sobre o referendo. Eles enfrentaram a polícia para tentar entrar no prédio do Legislativo, mas no final o Congresso convocou substitutos para assumirem suas vagas.

Uma vitória clara nesse domingo dará um impulso ao mandato de Correa e permitirá que avance com reformas, como o fim da extensão da concessão para uma grande base militar dos EUA, renegociação de acordos de petróleo e reestruturação da dívida nacional.

A oposição teme que Correa concentre muito poder e centralize o governo ao redor de sua figura, conforme Hugo Chávez fez na Venezuela.

Mas analistas dizem que a instabilidade no cenário político do Equador pode mudar até a eleição da assembléia, por volta do mês de setembro. Adversários antigos de Correa, como o ex-presidente Lucio Gutierrez, poderão ser reforçados até lá.

Além disso, poderosos grupos indígenas, que têm poder para derrubar governos, podem romper a aliança com Correa caso ele não ofereça políticas mais radicais, como reforma agrária e nacionalização do petróleo.

A votação começou às 7h (9h de Brasília) e termina às 17h (20h de Brasília).

- A idéia da assembléia me dá esperança pelos meus filhos e netos - disse Nelly Deprocel, de 65 anos, que votou em Quito. - Eu quero mudança.

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