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Até os conservadores estão perdendo a fé no presidente norte-americano George W. Bush, o que deixa o Partido Republicano ameaçado de perder o controle do Congresso dos Estados Unidos nas eleições parlamentares de novembro.

A seis meses da votação, o eleitorado parece cada vez mais desencantando com Bush e pessimista com a guerra do Iraque, o preço da gasolina e o futuro do país, segundo recentes pesquisas.

Mais de dois terços dos norte-americanos acham que o país está no caminho errado, e os eleitores preferem os democratas aos republicanos por margens superiores a 10 pontos percentuais. A taxa de aprovação do presidente é a menor dos seus dois mandatos, 31 por cento.

Em cinco anos de governo Bush, os conservadores se mantiveram notavelmente fiéis a ele. Mas as novas pesquisas mostram que isso não vale mais.

Um levantamento do Gallup divulgado nesta semana concluiu que apenas 52 por cento dos que se definem como conservadores e 68 por cento dos republicanos aprovam o desempenho de Bush, um recorde negativo para ele em ambos os casos.

As pesquisas também mostram que os democratas estão mais motivados para a eleição de novembro, ao contrário do que ocorria em 1994, quando os republicanos obtiveram o controle de ambas as casas do Congresso.

"Se não conseguirem inspirar mais entusiasmo entre os eleitores, os republicanos estão fritos. Essa é uma gravíssima erosão de apoio", disse Karyl Bowman, analista de pesquisas da entidade conservadora Instituto da Empresa Americana.

Andrew Kohut, diretor do Centro de Pesquisas Pew, disse que o descontentamento conservador com a forma de Bush lidar com o arquivado projeto que transferia o controle de portos importantes a uma estatal de Dubai e com o crescimento dos gastos federais desaguou em d#vidas sobre a própria competência do presidente.

"Muitos conservadores acham que Bush não se apegou aos seus princípios essenciais, mas isso é apenas uma parte. Não se trata estritamente de ideologia, e sim de desempenho", disse.

Os republicanos parecem perdidos, pois não se entendem a respeito de uma série de fatores, como gastos públicos, imigração, preço da gasolina e o acordo portuário.

"A dinâmica dos últimos 12 a 15 anos foi de democratas rachados e republicanos unidos", disse o senador democrata Charles Schumer, coordenador da campanha do partido.

Neste ano, segundo ele, "tema após tema, e na imigração principalmente, são os republicanos rachados e os democratas unidos".

Os democratas precisam ampliar sua bancada em seis senadores e 15 deputados para fazerem a maioria, algo que estrategistas de ambos os lados consideram difícil, mas possível.

"Se mantivermos a maioria na Câmara, será um testamento à distorção eleitoral", disse o consultor republicano Dan Schnur, referindo-se à redefinição dos distritos eleitorais, ocorrida em 2000, que favorece a reeleição de muitos parlamentares, em ambos os partidos.

Os republicanos esperam atrair o eleitorado conservador com um pacote de alívio tributário de US$ 70 bilhões, já aprovados pela Câmara. Devem usar também uma série de votações sobre temas "quentes", como casamento homossexual, e farão alertas sobre os riscos de uma maioria democrata.

Brian Nick, porta-voz da campanha republicana para o Senado, disse que ainda a tempo de o partido se recuperar. "É um ambiente difícil para os republicanos, e temos o vento batendo no nosso rosto há meses, mas temos seis meses para passar nossos recado e mostrar que os democratas não são uma boa alternativa", afirmou.

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