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A Terra não teve sempre apenas um satélite orbitando ao seu redor. Uma pesquisa da Universidade de Berna, na Suíça, publicada na edição desta semana da revista "Nature", afirma que uma segunda lua, menor, já circundou o nosso planeta. Mas ela teria sido destruída em uma lenta colisão com sua "irmã maior".

Os pesquisadores esperam que duas missões da Nasa na Lua coletem, até o ano que vem, informações que comprovem ou refutem totalmente a eventual existência do segundo satélite.

Há décadas os cientistas tentam entender porque o hemisfério lunar visível a partir do nosso planeta é mais plano, enquanto o outro, distante, tem terreno extremamente acidentado, além de cordilheiras que ultrapassam os 3 mil metros de altura. Para a nova pesquisa, esta dicotomia deve ser explicada pela ocorrência de uma série de colisões cósmicas.

Segundo o estudo, a Terra foi atingida há cerca de 4 bilhões de anos por um planeta com tamanho semelhante ao de Marte. Os detritos resultantes se juntaram para formar a nossa Lua atual. Agora, os cientistas acreditam que uma outra lua foi concebida com este material e ficou presa em uma espécie de cabo de guerra entre a Terra e o nosso satélite - ambos puxando-a para lados opostos com sua força gravitacional. Após milhões de anos no meio deste "confronto", a lua menor entrou em rota de colisão com sua irmã maior. O choque ocorreu a uma velocidade menor do que a do som.

Na época da colisão, a lua maior teria um oceano de magma em sua parte superior. O impacto teria provocado um acúmulo deste material na crosta e a sua redistribuição pelo lado do satélite mais próximo da Terra.

Para os pesquisadores, uma forma de comprovar esta teoria é pela comparação de seus modelos com a detalhada estrutura interna da Lua, que será obtida pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter, da Nasa. Eles também querem ter acesso a um mapa da gravidade do satélite, cuja elaboração estará a cargo da missão Grail, também da Nasa, prevista para ser lançada no ano que vem.

Mas, para Martin Jutzi, há maneiras mais eficientes para comprovar se realmente existiu um segundo satélite. "Uma amostra do hemisfério mais distante da Lua ou uma missão tripulada até lá certamente colaborariam para sabermos qual teoria seria a mais provável", opina.

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