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Durante a infecção pelo HIV, milhões de partículas virais estão presentes na corrente sanguínea | Boehringer Ingelheim
Durante a infecção pelo HIV, milhões de partículas virais estão presentes na corrente sanguínea| Foto: Boehringer Ingelheim

Mulheres

Mais de 28% das adolescentes da África do Sul são soropositivas

EFE

O vírus da Aids afeta pelo menos 28% das adolescentes da África do Sul, informou o ministro da Saúde do país, Aaron Motsoaledi. O representante do governo culpou, pelos elevados números, as frequentes relações sexuais que as jovens têm com homens mais velhos, que as aliciam com presentes, o que lhes permite ter um nível de vida mais elevado do que seus pais podem proporcionar.

"É claro que estas garotas não se relacionam com jovens, e sim com homens mais velhos", disse Motsoaledi, explicando que a porcentagem de jovens infectadas pelo HIV tem uma diferença drástica em relação ao percentual dos garotos da mesma faixa etária, que corresponde a 4%, informou a agência de notícias sul-africana Sapa. "Estão destruindo nossas crianças", acrescentou o ministro, se referindo aos adultos que se relacionam com adolescentes.

A África do Sul é um dos países com maior número de soropositivos do mundo, com mais de 5,6 milhões de pessoas, segundo dados oficiais.

Tratar pacientes logo depois da contaminação pelo vírus HIV pode bastar para garantir uma "cura funcional" da aids, pelo menos numa pequena parcela de pessoas que recebem um diagnóstico precoce, segundo uma nova pesquisa divulgada ontem.

Cientistas da França que acompanharam 14 pacientes adultos que receberam muito rapidamente drogas contra o HIV, mas que depois abandonaram o tratamento, concluíram que mesmo após sete anos sem os remédios ainda não havia sinais de reaparição do vírus.

A pesquisa, publicada na revista PLoS Pathogens, surge no mesmo mês em que médicos do Mississippi (EUA) anunciaram a cura de uma menina norte-americana que nasceu de mãe soropositiva e foi tratada logo após o parto, alcançando a chamada "cura funcional".

Christine Rouzioux, professora do Hospital Necker e da Universidade Paris Descartes, disse que os novos resultados mostram que o número de células contaminadas que circulam na corrente sanguínea desses pacientes, chamados de "controladores pós-tratamento", continuou diminuindo mesmo após vários anos de interrupção da administração medicamentosa.

"O tratamento precoce nesses pacientes limitou o estabelecimento de reservatórios virais, a extensão das mutações virais, e preservou as reações imunológicas. Uma combinação desses (fatores) pode contribuir para controlar a infecção nos controladores pós-tratamento", disse a pesquisadora, que participou há 30 anos da equipe que identificou pela primeira vez o vírus HIV.

Ela acrescentou que "o encolhimento dos reservatórios virais (...) praticamente se equipara à definição de ‘cura funcional’".

"Cura funcional" é uma situação em que o vírus continua sendo detectável no organismo, mas em níveis tão baixos que não há necessidade de tratamento para mantê-lo sob controle.

Estima-se que haja 34 milhões de pessoas contaminadas com o HIV no mundo, e a maioria delas precisará passar o resto da vida sob a chamada terapia antirretroviral – medicamentos que geralmente controlam a doença, mas que têm fortes efeitos colaterais e alto impacto financeiro para os sistemas de saúde.

Asier Saez-Cirion, pesquisador-sênior do HIV no Instituto Pasteur, em Paris, disse que provavelmente será impossível controlar o vírus na maioria dos pacientes já contaminados, mas que os resultados sugerem que pelo menos alguns podem se curar se receberem os medicamentos com rapidez suficiente.

"A nova pesquisa e o estudo do Mississippi apoiam fortemente a iniciação precoce do tratamento, e podem conter pistas importantes para o desenvolvimento de uma estratégia para curar o HIV ou pelo menos induzir a um controle de longo prazo sem a necessidade de tratamento antirretroviral."

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