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Vitorioso no primeiro turno das eleições regionais francesas, com 28% dos votos totais, o partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) pode sair da segunda rodada do pleito, no domingo (13), sem conquistar nenhum dos 13 governos locais da França metropolitana.

É o que apontam pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos dias, segundo as quais coligações de esquerda lideradas pelo Partido Socialista (do presidente François Hollande) ou candidatos da legenda de centro-direita Republicanos (que chegou em segundo lugar na votação do dia 6/12) conseguiriam superar os oponentes do FN.

As margens de vitória nessas sondagens, convém notar, são bastante estreitas.

De toda forma, a sigla presidida por Marine Le Pen já terá tido um desempenho histórico, ao liderar a votação no primeiro turno em seis das 13 regiões do país -superando a marca dos 40% em duas delas.

Além disso, pela primeira vez o FN disputará o segundo turno em todo o território nacional – para passar a ele, nas eleições regionais, é preciso ter recebido ao menos 10% dos votos na divisão administrativa em questão.

Ao longo da última semana, analistas disseram que as duas séries de atentados no país em 2015 (janeiro e novembro) e a crise migratória na Europa engrossaram as fileiras de simpatizantes da Frente Nacional, mas que a raiz da progressão do eleitorado ultraconservador nos últimos anos é econômica.

Segundo eles, a legenda atrai sobretudo a classe média baixa sem perspectivas e temerosa da perda de status, que não acha empregos condizentes com sua formação (nível médio).

O partido surgiria aos olhos desse grupo como uma força política ainda não testada no Executivo e talvez por isso capaz de responder a anseios ignorados pelo binômio socialistas/republicanos.

Para tentar desmontar esse raciocínio, o primeiro-ministro socialista Manuel Valls deu entrevista a uma rádio falando em risco de guerra civil em caso de vitória do FN e qualificando como “enganação” o projeto político da agremiação.

De seu lado, o líder do Republicanos e ex-presidente Nicolas Sarkozy, que pretendia conquistar ao menos seis regiões e assim se cacifar para as eleições presidenciais de 2017, admitiu que há “um debate a ser aberto” sobre a linha ideológica do partido.

Alguns correligionários criticam a guinada à direita conduzida por ele, incapaz de posicionar a legenda como primeira força de oposição ao governo Hollande.

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